Colírio dos Meus Olhos

Um vestido roto e desbotado. Os cabelos desgrenhados ao vento. Os pés descalços, sobre a terra marrom, corriam ligeiros como a lebre silvestre. Trepava na copa de árvores frutíferas, em busca do fruto mais doce. Brincava de bola no campinho, digladiava com os moleques, mas perante a truculência não perdia a ternura.

Para os conservadores, era um ultraje, o cúmulo da falta de ética, o caso perdido. Ao meu ignorante ponto de vista, era a mais linda, o júbilo personificado. O colírio dos meus olhos...

*Cobija, 19 de março de 2010.

Arauto Soturno
Enviado por Arauto Soturno em 23/01/2017
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