Colírio dos Meus Olhos
Um vestido roto e desbotado. Os cabelos desgrenhados ao vento. Os pés descalços, sobre a terra marrom, corriam ligeiros como a lebre silvestre. Trepava na copa de árvores frutíferas, em busca do fruto mais doce. Brincava de bola no campinho, digladiava com os moleques, mas perante a truculência não perdia a ternura.
Para os conservadores, era um ultraje, o cúmulo da falta de ética, o caso perdido. Ao meu ignorante ponto de vista, era a mais linda, o júbilo personificado. O colírio dos meus olhos...
*Cobija, 19 de março de 2010.