Do outro lado da distância
Incrível como tudo pode mudar de um dia para o outro. Por algumas vezes pensamos que para tudo há uma solução, para tudo precisamos pensar positivo, e no final, acontece o que não queremos, o que não esperamos. Mas nem sempre isso é negativo, pois nada do que vivenciamos é por acaso. Passamos a vida questionando o que podemos fazer de diferente para mudar ou porque coisas tão injustas sempre acontecem aos justos. Difícil entender a lógica dessa vida.
Passando por um momento difícil, as emoções tomam conta de mim. Tento segurar, prendo o choro, ponho um sorriso falso nos lábios e tento não demonstrar uma gota de minha angústia e do meu sofrimento. Porém, as expressões no olhar e o nariz vermelho entregam que carrego uma veemente tristeza.
Forte, rancorosa, impetuosa.
Machuca, maltrata, é a dor antecipada da saudade.
Logo lembro: ficarei sem vê-lo todos os dias, sem sentir seu perfume, sem ouvir sua voz, sem olhar em seus olhos, sem poder beijá-lo e tocá-lo. Foram momentos rápidos, mas que tiveram significado para mim. Ele me queria tanto quanto eu o queria. Tanto tempo quanto eu o queria. Não poderia imaginar que em um período tão curto eu pudesse me entregar a alguém tão profunda e intensamente. Ele me surpreendeu.
Confesso minha paixão e também minha tristeza por agora ele estar partindo.
Paro e penso: "E se...?" E se tivéssemos falado antes? E se tivéssemos ao menos demonstrado algo antes? Teríamos aproveitado mais?
É como dizia um sábio: "Só o que é bom dura tempo o bastante para se tornar inesquecível." Talvez o que era para ser nosso já foi. O que tinha para acontecer entre nós, aconteceu. Dói, dói demais. Mas sinto que acabou. O que resta é aceitar. Esquecer? Isso não será possível. Até mesmo me recuso. Foi tão maravilhoso que seria incoerente de minha parte cogitar essa possibilidade.
O que é bom, por mais momentâneo que seja, deve ser guardado e não esquecido.
Ainda assim, distante, eu sou dele.
Me entreguei de corpo e alma. Isso, não tem como mudar.