A noite!

Olhos borrados de preto, inchados e vermelhos de cansaço, não tinha sono, não tinha fome, não tinha sede, não tinha forças para levantar da cama, chorou a noite toda, espancou o travesseiro, depois abraçou, sua boca queria outra boca, mas o algodão do edredom fez o papel, mãos firmes e o que parecia ser um possível abraço, se tornou desespero, neste mesmo tecido, macio e cheiroso, ela gritou, forte, um grunhido alto e abafado. O dia amanheceu, mas não percebeu, a energia havia acabado e piscando o relógio mostrava um tempo irreal, como a alegria que naquele instante parecia não ser real e não era, sem Sol, sem calor e nada além de uma saudade absurda.

Seria sua imaginação? Seria loucura? A música deles começou a tocar, verdade é que na viagem de uma noite mal dormida e o vazio por chegar em casa sozinha e arrasada, não carregou seu celular, 1%, era o que o visor marcava, 1% como aquela frase que diz se “houver 1% de chance, eu terei 99% de fé”, seria ele?

- Alô – Disse com voz completamente embargada.

E o dia virou noite, mas a melhor noite de sua vida, enquanto todos já estavam de pé, ela preferiu continuar deitada e ao seu lado, um orgulho que antes estava ferido, agora se deixou morrer, pois o que vale a pena, vale... e o que não vale é melhor deixar pra lá.

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Moises Tamasauskas Vantini
Enviado por Moises Tamasauskas Vantini em 20/01/2017
Código do texto: T5887620
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