Ao Primeiro Olhar

Em uma ansiedade que eu desconhecia, chegava a um lugar que eu desconhecia. Tinha medo sim, mas era um medo bom.

A partir daquele momento eu teria mais responsabilidade.

Um lugar novo que me ensinaria um mundo de coisas novas, me fez ficar fascinada.

Era o primeiro dia de uma nova jornada. Eu não sabia o que me esperava, não sabia o que eu faria, mas sempre tentava pensar positivo.

Me assustava também, claro. Afinal era tudo novo para mim. E então comecei a pensar, pensar, pensar... e já estava afogada em tantos pensamentos. "E agora?" Uma nova rotina se fará , novas pessoas conhecerei, novas tarefas realizarei. "Apenas viva! Viva esse momento. Sinta esse momento. Apenas seja você." Dizia para mim mesma.

Em um tour por esse novo lugar pelo qual eu iria frequentar todos os dias, me sentia bem, feliz. No fundo eu estava mesmo gostando de estar ali e do que viria pela frente (mesmo sem saber o que estava por vir). Terminando o tour, a porta do elevador se abre. Fiquei estática por um momento, só conseguia admirar o lindo sorriso que se destacava facilmente em meio a tantos outros. Suave, curvatura perfeita, brilhante, semblante perfeito, simpático. Um sorriso pelo qual eu não esqueceria. Eu não queria esquecer! Era lindo! E aquele terno que lhe caía perfeitamente bem com sua perfeita postura e elegância. Meu desejo era encontrar seus olhos, mas as circunstâncias impediram.

O tour pelo imenso prédio continuava, até que cheguei ao meu destino final. Este que eu estaria todos os dias a partir daquele momento. Como eu imaginava, conheci aqueles que estariam comigo nessa minha nova jornada.

Distraída, olhei para a porta que ficava em frente à minha mesa. Apressado e agora com a expressão ríspida, entra o dono do sorriso que ficou marcado em minha mente. O dono do sorriso que me encantara. Passou sem olhar ao redor e seu perfume senti. Mais uma vez, me deixou estática. No que poderia pensar? Seria ele uma das pessoas que faria parte da minha nova jornada? Seria ele alguém do meu convívio diário? Eu iria conseguir me acostumar com sua presença?

Sem conhecê-lo, minhas mãos já suavam, meu corpo tremia e meu rosto queimava. Eu me perguntava tanto: "Quem é ele??"

E todas as minhas dúvidas foram esclarecidas: Sim, ele faria parte da minha nova jornada. Sim, ele seria alguém do meu convívio diário. Não, eu não iria conseguir me acostumar com sua presença.

No dia seguinte logo pela manhã, ele entrou na sala com um copo de café em uma das mãos e novamente de terno. Seu olhar era tão penetrante que me intimidava.

" - Esse é o nosso Chefe. "

E assim fomos apresentados. Me encontrei na mesma situação: mãos suadas, corpo tremendo, rosto queimando... cambaleei quando senti seu aperto de mão e vi aquele sorriso que agora era para mim. Tive que me conter.

Por muito tempo imaginei momentos íntimos entre nós, mas sabia que deveria esquecer essa possibilidade. Seria um enorme problema, não?

Até que cheguei no meu limite e precisava tê-lo, nem que fosse só por uma noite.

Passaram-se meses e eu continuava com os mesmos sentimentos ao vê-lo. Eu mal conseguia falar uma palavra sequer sem gaguejar.

E o Desejo? Cada vez maior! A necessidade em tê-lo só aumentava, era absurda. Não pude esconder mais.

Para minha surpresa, ele retribuiu sem pensar nas consequências e por alguns momentos foi meu, inteiramente meu e eu dele.

Tudo tão intenso.

E agora sou refém do seu desejo, do seu toque, do seu beijo... deste homem por inteiro. Mas ele precisa partir. Em poucos dias só o que terei, a dor da saudade e as mais deliciosas lembranças.