O cupido me pegou
Quem diria depois de tantos anos já havia esquecido o cupido,
Veio nas asas do fim de tarde, antes do anoitecer. Sou da paz.
Chegou manso e sorrateiro, uma linda mulata avistei! Surpreso.
Batendo no meu portão ofereceu os seus serviços, solitário estava.
Para fazer tudo, pensei, hoje são difíceis as domesticas. Hesitei.
Aceitei e passei a gostar daquela companhia, trabalhadeira, boa de papo, sempre prestativa e cuidadora exemplar, não preciso lembrar.
No vai e vem de dias ela já não vai mais para antiga casa, ficava
longe, convidei para jantar e um vinho à luz de velas, pintou clima.
Aconchegou-se na minha alcova e os dias passaram a ser mais quentes. Nada premeditado poderá ser desprezado, felicidade!
Amor de jovem tempestade, mais o amor de um cara de idade:Eterno,
Ou quem sabe, como diz Vinicius, “enquanto duro”...Macaco velho é assim. Não mete a mão em cumbuca desnecessária, amar é viver!
Assim eu vou caminhando e com vontade de quero mais, antes assim.
Se aquela tal de Maricotinha não me quis por que não gosta de velho,
A Ivanilda está muito satisfeita e feliz, mas todo dia fica difícil. Muita calma nessas horas, com carinho e ternura faz-se o mundo revoar.
Dane-se o mundo não me chamo Raimundo e moro no fim do Mundo
Para ser feliz basta ficar de olhos atentos e pensam que não preciso!