O Solvente
Respirar no respiro do oposto, movimentar na antecipação do movimento ditado pelo comparsa tem sido a conversa dos últimos tempos. Jina não sabe o que é movimento seu ou de Carl, que embrenha pelas mãos no corpo da moça sem o elemento da dúvida de onde prosseguir. Dosam o canal das emoções, que são milimetricamente aplicadas para existirem no conjunto, sendo em reciprocidade atendidas. Maestros do prazer de corpo, entre coxas e tocares conversam nos toucadores um do outro numa verdadeira hierarquia entrelaçada.
Não tem casa, a dele agora é onde encosta a mala, sempre ao lado da amada, domina o relacionar pelo simples fato de ter em mente a clareza cristalina de que somente ele poderá realizar isso nela e ela nele. O absurdo não toma lugar que sempre o conceito levou porque Carl tem na intuição que manobras e traquejos que pericia quando em contato com os beijos e corpo de Jina vem de uma autorização natural dentro de si, consentido por ela na aceitação e ação reveladas na reação que encaixa justamente no tempero esperado, catequizado por eles no tantrismo a dois.
Essa energia que tanto manipulam não se vê!! Mas existe. E eles deitam e rolam nos resultados que a fórmula executada resulta neles. E depois? Ah! nem sabem! Carl lembra disso quando depois de tudo olha no canto do quarto a mala velha jogada pedindo uso e destino. Ela sabe, faz somente dar passagem. Carl levanta em silêncio, se ajeita, pega a “bendita”, e vai.
Tudo tão comum, simples; não fazer, não voltar... sabe que sentirá no homem que acabou de ser somente ali, feroz, dominante e dominado, completo. Jina, não diferente, além do abandono à causa estabelecida, caso volte o conhecido desde a eternidade será aquilo, completa, sem o pudor de ser diferente.