"Sim" - É tudo que queria ouvir.
Incrível este reencontro!
Sonhos... Meninos sonham tão bonito.
Engraçado que nos meus sonhos não tinha filhos. Esquecia-se dos meus amigos e nem mesmo Zé Raimundo aparecia nas sombras da minha mente.
Quando jovens nossos sonhos são tão fáceis de realizar.
Via-me médico, com uma maleta andando pela rua a socorrer os pobres. E depois ia para casa, minha casinha branca de janelas e portas azuis. Da varanda podia ver as crianças brincando no campo de futebol e no alto do telhado via a fumaça do fogão que saia pela chaminé calmamente.
Dizer que os sonhos de um menino de quinze anos não merecem credito eu sabia que não dava para entender. Antes não sabia por que retornava, não tinha o porquê de voltar. O que aconteceu deveria ficar esquecido nas areias do tempo. Reviver o passado não valia a pena, mas eu insistente retornei. Parei o meu carro em frente à grande pedreira. Seria por pouco tempo. Iria comprar uma morada só para mim. Quem sabe nela fazer meu consultório.
A poeira não mudou. A rua também não. Tudo era igual como no passado. Eu estava magro, osso puro, quase não comia e pense bem, meus olhos vermelhos e lagrimejando piscando sem parar.
Um Velho passou a cavalo e me viu chorando. Perguntou o que houve. Engasgado não sabia dizer. Suba na minha garupa, vou levar você até minha choupana. Lá vamos comer e conversar como homens.
Olhei para ele e nada disse. Amigos são assim não dizem não e nos atendem sem fazer muitas perguntas.