A menininha doce
A menina da lua estava balançando na lua, quando a estrelinha chegou pertinho dela e falou:
Sabe Menina da lua! Eu vou contar para você uma história de uma estrelinha doce e muito brilhante. Tudo aconteceu assim:
A menininha doce
Cheguei sozinho em uma festa de aniversário de criança e fiquei olhando a agitação das pessoas, pois a festa estava lotada. Eu estava olhando as pessoas e de repente, entre elas sai uma menininha, pulando como uma pulga em minha direção.
Ela veio pulando, pulando e grudou na minha perna com a mão e a boca toda melada de bala, permanecendo grudada e melecando toda a minha calça.
- Ai! Minha calça!
- Se você não largar a minha perna, eu vou virar um robô. Ela não largou e eu comecei a andar com a perna dura, como um robô com ela agarrada na perna, fazendo barulho assim:
- Piui! Vou virar para esquerda... Ploc, ploc, ploc, ploc...Ela dava gargalhada e agarrava mais e eu perguntei para ela:
-Onde está a mamãe da Pulguinha?
Ela apontou para um monte de pessoas.
- E agora! O que eu faço?
Ela largou a minha perna, pegou uma bala no bolso do seu vestidinho branco e tentava tirar o papel, mas não conseguia. Eu a ajudei e tirei o papel da bala. Ela colocou a bala na boca e agarrou a minha perna de novo.
Eu a peguei no colo e ela agarrou a minha camisa que ficou toda melada. Naquele instante, uma garota de uns quinze anos apareceu e falou:
- Como é difícil te achar Elzinha!
Eu fiquei sem palavras, a mãe dela era uma menina, mas falei:
- Não a deixe solta assim, pode ser perigoso!
- Eu sei cuidar da minha filha!
Entreguei a Pulguinha para ela, que a levou embora.
Busquei um refrigerante para mim e tinha balas de uva, então peguei umas cinco para a Pulguinha, voltei e sentei, mas ela não estava mais lá. Eu olhei para as balas e senti um vazio de saudades.
Eu estava tomando o refrigerante e ela apareceu novamente, pulando na minha direção. Pulou, pulou e quando se aproximou, grudou na minha perna de novo. Que bom! Como ela é doce.
Peguei uma bala de uva para ela e coloquei as outras no bolso do seu vestidinho. Fiquei levantando ela com a perna enquanto uma mulher tirava fotos. Como eu queria uma dessas fotos! Mas pensei:
- Melhor levá-la para a mãe!
Ao me aproximar, vi a mãe dela agarrada com um cara no maior love em um canto da festa, foi nesse momento que descobri porque ela estava tão abandonada. Olhando aquela cena, resolvi levá-la para brincar nos brinquedos e na piscina de bolinhas.
Pulguinha se esbaldou escorregando e caindo no meio das bolinhas coloridas! De repente era uma pequena sereia no meio do mar, mergulhava bem fundo, voltava e sorria para mim com a boca toda melecada de bala!
A risada dela me contagiava e eu não conseguia parar de rir de suas traquinices.
Depois Pulguinha quis ir no cavalinho e foi pulando até lá.
Eu fui atrás e a ajudei a subir.
Logo ela já era uma grande cavaleira, trotando com seu cavalinho no meio da festa!
Eu não quis ficar atrás e peguei um cavalinho também. Logo começamos a brincar de cowboy, um atirando no outro de mentirinha!
A menininha parecia ter uma rodinha nos pés: não parava quieta um minuto e resolveu brincar no aviãozinho.
Ela era o piloto e eu fiquei de co piloto.
Então voamos por todo salão e depois ganhamos um céu azul e as nuvens mais branquinhas... Foi uma viagem até a lua, onde descemos e a Pulguinha começou a pular bem alto! Eu entrei na brincadeira e pulei com ela de mãos dadas, como se fosse uma ciranda na lua.
Pulamos tanto que ficamos cansados e resolvemos voltar.
Quando chegamos à Terra a festa continuava, mas Pulguinha apenas abraçou o meu pescoço me dando um beijo doce e sujo de bala.
Depois de brincar, ela dormiu agarrada e grudadinha na minha perna. Eu a peguei no colo, a deitei em meu peito e ela ficou dormindo, até a mãe dela chegar e falar:
- Você de novo!
Eu olhei e observei que o rapaz carregava um capacete de moto, então perguntei:
- Você não acha perigoso levá-la de moto?
- Não se mete na minha vida!
Ela pegou a Pulguinha e levou embora para sempre. Uma tristeza doeu no coração, com certeza naquele dia a Pulguinha não teria o carinho e o amor da mãe, assim acabaria em algum lugar abandonada e sozinha de novo.
Eu não consegui ficar naquele lugar sem ela. Meus olhos encheram de lágrimas e eu fui embora também, mas nunca me esqueci daquela menininha doce.
A estrelinha deixou a menina da lua balançando na lua e riscou o céu indo embora atrás da estrelinha doce.
Paulo Ribeiro de Alvarenga e Anne Lieri
Criador de Vaga-Lumes
Iluminando Pensamentos