Dançando sozinho
No meio da multidão eu estava perdido. Não sabia a direção de casa, ou de qualquer outro lugar. Minha mente vagava enquanto olhava os rostos vazios ao redor. Havia tanta dor em um único lugar. Tantas histórias, tantos amores, tantas despedidas. No meio de todos, eu estava sozinho. A orquestra havia tocado, e eu dancei sozinho. Meu par havia encontrado um outro alguém, e eu fiquei perdido. No meio do salão, eu dancei olhando o chão, com as lágrimas caindo. No final da melodia, lá estava eu. Todos sorriam, e eu sofria. Ao longe eu a vi indo embora. Não era eu quem a acompanhava. Eu a vi indo embora, e parecia que ela havia levado parte de mim.
No meio da multidão, eu procurava seu rosto, porque ela parecia ser a única alegre de verdade. Ela era a única excessão, e eu precisava disso para ser feliz. Precisava do seu sorriso, do seu toque suave, precisava dela dizendo que tudo estava bem. No meio dos rostos tristes, havia o meu. Agora ela fazia outra pessoa feliz. Agora ela fazia outra pessoa sorrir, agora ela amava um outro alguém. Agora ela tinha ido embora, levando os raios de sol que existia nessa cidade escura. Agora tudo é escuro e frio, tudo dói. Ela partiu, e, não foi a mim que ela concedeu a última dança.