Ensaio para o amor
- Nunca escrevi apenas tentei escrever
- Tentei escrever-te, sabe? Juro que tentei.
- Mas acabei por desistir. – Dizia ele para ela
- Mas porquê desistiu?
- Achei que não ias gostar
- Não. Já que tentaste, tenta agora finalizar o que escrevera.
- Está bem.
Terminaram a conversa, naquele momento a sós. E cada um foi-se, mas com a promessa de voltarem se encontrar, quando por fim escreve-la. Depois de passar três dias, isso já numa sexta-feira voltaram a se encontrar na faculdade dessa vez por acaso do destino. Entusiasmado o rapaz sorria.
Olá?
Olá? Como vai?
- Tudo.
Num átimo o rapaz pega num braço da miúda e a puxa para um local menos movimentado. A miúda já esquecida, atónita por ver aquele comportamento que nunca antes vira. A miúda ao querer questionar a acção do rapaz, logo ele interfere.
- Olha ainda se lembra daquilo? A miúda mais esquecida, sobre a brisa de adivinhações. Responde.
- humm do convite que fizeste-me? Da apresentação que querias fazer aos teus pais? - Numa sucessão de adivinhações, não é que o rapaz abrindo a pasta rasga do seu caderno o papel.
- Ainda te lembra disso?
Numa assaz alegria e contagiante o rapaz preparou a voz e começou a chorar em palavras o que escreveu.
- Já terminou? - Questionava ela.
- Querias que não terminasse nem? Mas enfim, o que achaste?
- Nada. – Dizia ela.
- Como assim? Então quer que no meu trabalho de dissertação ou na monografia eu escreva sobre ti?
- Você é louco.
- Sim sou.
Depois dum morníssimo ósculo desataram os dois a rir.
Marllon Neves