Nosso palco
Ele quer meu sexo. Mas só isso não lhe basta. Ele quer-me como uma espécie de serva; ele deseja possuir o meu mais intimo ser.
Eu sou inteligente e entendo essa tua tara por minha submissão. Luto, luto bem! Assim, de longe, quando sou eu, eu mesma!
Todavia, ele não pode por os pés em nosso palco,... então... todo meu ensaio fica no branco, ele escreve como deseja. Eu apenas atuo conforme teu roteiro, sou uma boa atriz e encarno bem o meu papel, arrepio de minha airosidade no nosso tablado! Dou a minha graça no improviso; isso é o máximo que me permito.
Mas logo, um pouco demorado, surge-me a dúvida: em que parte estou atuando?