Uma Viagem na Casinha Branquinha
História Encantada
Sentei com a Alzira em uma poltrona para conversar e ela contou uma história mais ou menos assim...
Uma viagem na casinha branquinha
Ela olhou para mim e no momento em que começou a contar a história saiu correndo como uma criança.
Corri atrás dela para entender a história e a vi atravessar por um portão de madeira e depois entrar em uma casa toda pintada de barro. A casa era toda cor de barro branco.
Tentei entrar na casa, mas não consegui! Então olhei pela janela e a vi se aproximar bem devagarinho da mãe dela.
Era uma cozinha toda pintada de branco, até o fogão a lenha ao qual a mãe da Alzira cozinha era pintado de branco. A mãe da Alzira era muito caprichosa, pois as panelas brilhavam de tão limpas com o brilho do fogo do fogão a lenha.
Cheguei bem perto da janela para enxergar melhor e as vi jogarem bastante lenha no fogão. Alzira mexia no fogo com uma madeira, de onde saiam muitas faíscas e bastante fumaça.
O fogão se transformou em uma locomotiva branquinha, tipo uma Maria fumaça e a viagem pela história começou.
Dentro da locomotiva Alzira levou a mãe dela, a irmã Salia e uma grande amiga chamada Maria Mirtes na viagem. Acho que era uma viagem no coração!
Primeira parada foi na estação Joaquim Raposo de Oliveira. Era uma casa cheia de remédios de curandeiro, ali as pessoas buscavam remédios e garrafadas para se curarem de doenças. Uma casa cheia de remédios naturais.
Esperando por elas estava a vovó Carol, baixinha e muito carinhosa.
Foi um encontro cheio de abraços e beijos e a vovó falou para as meninas:
- Vamos colher milho para a vovó fazer um bolo para vocês! Elas correram pelo quintal da casa da vovó que era cheio de plantas e começaram a colher espigas de milho, depois a vovó fez um bolo bem grande para elas, quando estavam comendo escutaram o trem chamar com um grande apito. Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Foi uma despedida rápida e saíram correndo para a locomotiva.
Olhei pela janela e as vi com pedaços de bolo na mão e acenando de despedida para a vovó Carol, que também acenava enquanto o trem partia em grande velocidade sumindo na fumaça.
Última parada estação Joaquim Pereira de Oliveira, onde vovó Leopoldina já esperava por elas.
As meninas abraçaram a vovó com muita saudade, depois correram para o paiol onde eram guardados os alimentos e foram ver as porcas amamentando os porquinhos. Olharam aquele mundão e resolveram caminhar na roça. Em cima de uma moita tinha uma grande cobra enrolada, então Alzira gritou:
Cuidado Salia! Tem uma cobra em cima da moita! Com medo da cobra elas saíram correndo, passaram pelos porcos, subiram pelo paiol e agarraram a vovó Leopoldina. Ouviram o apito da locomotiva chamando, abraçaram a vovó e falaram:
- Vovó! Temos que ir agora. Saíram correndo e entraram na locomotiva que começou a andar. Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Chuc chuc...Chuc chuc..chuc, chuc ,chuc, chuc e foi embora sumindo na fumaça.
O fogo apagou e a fumaça desapareceu. Olhando pela janela eu vi a mãe da Alzira ajeitando caprichosamente o cabelo dela. Elas se abraçaram e Alzira saiu correndo da casa. Ela se aproximou de mim e voltou a ter 86 anos.
Foi aí que eu percebi! Que a janela em que eu estava enxergando toda história contada, eram os próprios olhos dela.
História encantada por Paulo Ribeiro de Alvarenga
Criador de vaga-lumes
Iluminando Pensamentos