ETERNO BREVE MOMENTO

FINAL
Irmã Margareth é totalmente adversa de Irmã Cristiny. Vermelha, bochechuda e tímida.
_Mãe, cadê as calças? Preciso arrumar a mochila.
_Vou pegar. Se não for eu você não arranja nada. Cuidado com esse negócio de política. Já te falei para não ficar envolvido com isso.
Peguei o ônibus que passou atrasado por aqui. Não cochilei nem um minuto sequer. Fui filosofando guaximamente até a capital mineira. Belo Horizonte de mais de cem anos acolheu-me friamente com seu abraço de concreto. Meus companheiros de partido parecem mais ansiosos que eu.
Essa convenção estadual promete muito debate. Eu vou ficar com a atual direção. Entrando no mineirinho, ouvi:
_Fausto! Fausto!
Olhei para trás e quase não acreditei. Irmã Cristiny veio ao meu encontro e me abraçou.
­_Você por aqui, Irmã Cristiny?
_Irmã não mais, agora só Cristiny. Nem reparou que estou sem hábito.
Sinceramente eu não havia reparado mesmo tamanha emoção de revê-la.
Abraçamos novamente e este nosso eterno momento, desta vez, não se limitou na brevidade do tempo.
Certo dia depois que nos casamos, pergunto para Cristiny:
_Lembra-se daquele beijo quando você foi à minha casa pela primeira vez?
-Lembro.
_Foi incidente ou você quis?
_Você não sabe? Nem eu...
   
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 07/08/2016
Reeditado em 07/08/2016
Código do texto: T5721972
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