(:^~) Beatrice & Johan 23 (~^:)
Beatrice indaga:
- Já te recebi depois de guerras sem fim em outras vidas! Lembra-se disso, Johan?
- Sim, e daí!
- “Um pelo outro, sempre!” É nosso lema, confirma?
- Sim! Onde quer chegar, Beatrice?
- Conte-me acerca de 1945, sei que é vívido na sua memória! Não consigo ver nada além do trivial, fatos escritos, cenas fotografadas, não quero isso, desenhe o quadro de nossa estadia lá, naqueles anos desumanos, época de vidas ceifadas, de sonhos furtados, de amores proibidos!
- O que não for lembrado por ti, deve ser mantido esquecido, tem um motivo de ser “É pra ser deletado da mente da alma!” Renovar é preciso, lembrar-se, não!
Beatrice foi envolvida em sonhos naquelas noites sequentes à transcendência do reencontro místico com Johan! A emoção do toque, a pele macia e lisa, o tato desprendendo essências elétricas, após séculos de separação, a escrita não tem a capacidade de transmissão pura e perfeita da sensação cabal proporcionada [concretude de fato], acerca da imensidade de sentimentos experimentados por Beatrice. Uma metáfora simples seria uma ideia menor, contudo parece uma célula atômica, que é ativada ao apertar um botão (o tocar das mãos no re- encontro), uma atitude de consequências bombásticas, a explosão e expansão de uma estrela mesclada de luzes cíclicas e circulares. Johan evitou ao extremo de suas habilidades psíquicas essa renovação (ele já antevira em repetidas previsões a chegada de Beatrice), entretanto, maktub (estava escrito) nada os afastaria deste cenário.
Já havia passado pelo sonho negro (pesadelo), os anjos caídos do mundo subterrâneo, envolto por sombras, procuravam, com todos os artifícios possíveis e imagináveis, pegar Beatrice, embora a moça fosse protegida pelo reino da Luz (ela intuía esse estágio), a persistência desses anjos a incomodavam mais que deveria, pois em seu íntimo sabia que a intenção deles, nesse jogo de terror de alma, era tão somente mantê-la sob domínio!
Jamais atingiam ou atingiriam o objetivo primordial de “arrebatar, de vez, a essência lucífera da moça”, enquanto Beatrice protegesse a chama invisível, todavia de concretude existencial, por essa razão criavam uma redoma, no interior desta jaula, punham uma legião de medos, temores e um conjunto de poderes sobrenaturais e alienantes, almejando manipular- lhe as emoções, os sentimentos, no campo surreal, originado das emanações fluídicas neutro- negativas por Beatrice alimentadas. A partir das fragilidades humanas demonstradas por Beatrice, eles alçavam força, partilhavam os pequenos furtos de centelhas de fogos etéreos [ela viera à vida com bagagem celeste repleta de dádivas, uma fogueira de dons posta em seu vaso físico, também arrebanhou uma herança milionária de sombras trazidas de outras encarnações]!
A substância do breu aumentava [quando temia a vida e se distanciava do túnel claro] adentrava um universo constituído das maiores inquietações que a pessoa, em receio de aceitar a vida e seus mistérios, não programáveis, pode conceber, subconscientemente ou inconscientemente, dependendo da profundidade alcançada pelo guerreiro (masculino, feminino) do bom combate ou que nasça consigo, por mérito anterior! Frente a vastidão de tremores, despertar íntegra, porém havia perdido mais uma batalha. Beatrice volvia à realidade sem as mínimas consequências psico- físicas, intacta, embora sempre lhe retornasse o mesmo sonho!
Johan ficara impaciente com Beatrice [ havia algo indecifrável em seu olhar, ele a tinha qual um pintor aprecia a companhia da venerável musa!], visto serem mentes simbólico- universais, não concebia que após tantos anos de estudos exotéricos ela não houvesse derrotado ou, ao menos, subjugado esses episódios de disputas ferrenhas, para evolução da alma e do espírito dentro da própria mente! Johan lhe dizia:
- Beatrice, isso é apenas abstração, apenas será real se deixar que prevaleça! Feche os olhos de fora por alguns minutos! Olhe com os olhos de dentro a luz da vida, que vai crescendo gradativamente até que haja apenas o seu brilho intenso! As cores múltiplas surgindo do branco, todos os tons refletindo brilhos em polidez, sendo bom e edificante, cultive...! Depois que se sentir bem revigorada, abra os olhos! É o caminho de espadas (batalhas)! A trilha da Fé! E todos os seres da sombra se escondem meio o solo, evaporam em direção das nuvens, sob o sol!
* P.S.: Se não lutarmos pelo Bem/
Pelo quê lutaremos?