(:^~) Beatrice & Johan 22 (~^:)
...Idênticos a dois magos em pólos contrários do mesmo globo, observaram a estrela reluzir intensamente no centro do mundo! Um homem e uma mulher, possuídos pelo sol interior, desenvolvido de forma ampla dentro de si próprios! Certa primavera, perceberam conscientemente que seus astros interiores emanciparam-se do vaso físico, vagarosamente, até que se uniram bem alto, no mediterrâneo. Deixaram bens acumulados, elos de amizade, e tudo o mais que não pudessem arrebanhar para uma viagem extensa, ao encontro do eclipse dos sóis!
Face a face, olhos de lua cheia, estavam há mais de cinco minutos se acreditando [redundâncias... frisar que a sensação de décadas transcorridas se fez revista no reencontro!], tentando encontrar conceitos filosóficos plausíveis para a existência desse momento fora do comum no tempo-espaço terreno. Os astros determinam o movimento exato das pessoas e o encontro de mágicos olhares, basta aceitar a realidade que transcende o raciocínio cartesiano! Um passo a frente do tempo sem tempo, se tocaram com mãos de anjos, uma luminosidade ampliou-se à proximidade cada vez maior do casal, inflaram-se os egos de ambos, abraçaram-se [um salvando o outro dos tsunamis do mundo!], a felicidade incontida não cabia neles, transbordava aos olhos agradecidos, foram contemplados pela crença em algo excelente e maior, porque acreditaram no algo excelente e maior, a esperança abre portas e portais, não haveria explicação [mistério imperscrutável, nem mais procurariam entendimentos, quiseram-se e assim foi!
Dai, num silêncio restaurador dos mais puros sentidos, Johan pegou a mão de Beatrice que estava a sua frente [suando demasiadamente, embora fizesse um frio de congelador], olho no olho, face a face, o semblante do místico, as energias do casal se igualavam, após essa constatação nada mais seria o mesmo que antes, nada! Johan sabe disso na consciência, não há retornos se houver fusão de brilhos astrais! Em seguida, todos os temores desapareceram! [se está escrito no livro dos céus, ninguém apaga!]:
- O mundo não acabará amanhã...por isso, tenta entender, Beatrice...odeio virtualidades e idéias sem obras, inacabadas, alienantes! Gosto de viver ao vivo, sentir na pele, tato que tateia o imaginável, gosto que preenche, cheiro que satisfaz! Tá perdendo tempo com essas historinhas impalpáveis! Não quero sair de minha zona de conforto, é certo! Não quero continuar com ladainhas nem mudar de vida, está bom como está! Não tenho mais tempo pra esperas em minha vida! Esse tempo já passou! Só reconheço o agora! Local onde passou o passado e nasce o porvir!
- Você é extremamente difícil, Johan, a quaisquer instantes se despede e dispensa e descarta o reconhecimento mútuo, como se fosse um nada...Quando me inflamo de coragem, planejo e estou prestes a executar atitudes objetivas, completamente diretas, você vê que a coisa tá ficando séria, volve e recua, principiando outra vez o trilho percorrido! A janela do tempo fôra aberta, é inconcebível fechá- la com trincos ou chaves, não é bem assim que as coisas funcionam no universo das brancas luzes, há responsabilidades nesta dádiva de crer sem enxergar, a qual na sequência do acreditar é demonstrada sob cenas magnas de claridade e esclarecimento! Deixa eu te apresentar um amigo, Johan, existe na galáxia que habitamos uma palavra especial que se chama “sim”, lembra-se?
Johan lhe devolvera a esperança, o calor da única chama que poderia lhe fazer despertar para a vida, a substância ígnea na órbita do olhar, a fogueira celta [àquela que aquece por dentro]. Ele é tudo para ela, na ausência dele ela sucumbe a temores insignificantes, a vida perde os sentidos dos mais belos e caros. Por diversas vezes Beatrice clamou aos céus em prantos contínuos, que a devolvessem o seu verdadeiro amor. O portal se abriu, os céus responderam, e agora! Até a presente data, o que desejavam ardentemente era esse despertar dos olhos, despertaram-se sincronicamente, e agora?
Não se trata de inverdades infundadas, nem de virtualismo barato...
Não se trata de carência de ambos [como é comum] estão realizados em suas vidas. É simples... É a crença mais fina e sensação mais forte que os uniram... Por diversas vezes em outras vidas não se falaram e , depois de passarem por diversos karmas e desafios, lhes foi devolvido o antigo darma, afim de que permaneçam e invoquem a nova luz...
A chance era tão pequena, mas tão ínfima que parecia impossível... Eles sempre acreditaram nisso... Porque o universo se movimentaria para que o reencontro consciente acontecesse a cabo, acaso não fosse para que os dois em suas batalhas acima de suas próprias falhas e vitórias íntimas, ficassem juntos de fato?
- É, Beatrice! Nesse planeta de provas e expiações não levaremos nada, a não ser o aprendizado de ter evoluído em nossas escolhas. Entre o que é certo e o que é errado, a lucidez dos atos, a partir da lucidez dos atos! [Lembramos das primeiras pessoas importantes que deixamos e o conjunto de amizades que fomos acumulando no decorrer dos anos! As pessoas que passam por nós cumprem uma etapa fundamental em suas vidas e essencial nas nossas!]
-É certo, Johan, duas almas gêmeas ficarem longe uma da outra? Sabendo cada uma da existência alheia? Não estamos mais em tempos medievais.... Temos maturidade para saber que a vida tem ciclos e ambos foram abençoados pela companhia de pessoas que estiveram lado a lado, para que cumprissem uma etapa em suas vidas e uma missão nas nossas!
- Talvez, Beatrice, até foi para que nós nos preparássemos pra esse momento. O amor é uma das bençãos divinas e permanecêssemos ao lado dos amores amigos e passionais, estaríamos usurpando a oportunidade deles de abarcarem a verdadeira felicidade também. Ambos tínhamos dívidas passadas com essas pessoas, foram saldadas. A verdade sempre prevalecerá, está acima das regras e normas do código masculino, queiramos ou não! Os parceiros se esforçam ao máximo, por costume gerado pela mescla de sentidos soldados ao decorrer dos anos, entretanto, sentem e sabem que não podem extrair mais nada, após o descer do pano do teatro, porque existe um limite às uniões dos homens! É a convenção dos céus...