A BORBOLETA

Conto

Título: A BORBOLETA

por Claudia Hosbach

Autora: Claudia Hosbach

Editor: Claudia Hosbach

Todos os direitos reservados © 2016 [Claudia Hosbach]

SOBRE O LIVRO

Essa estoria é maravilhosa no ponto de vista da crença no amor eterno e verdadeiro que muitas mulheres acreditam que ainda existe. Nós mulheres somos lutadoras, corajosas e sentimentais. Somos muitas vezes como borboletas. Tentamos sair do casulo e quando conseguimos temos que traçar nossos caminhos sozinhas que por vezes é muito difícil de seguir e enfrentar.

Nos mulheres temos no coração o sonho de ser amada e desejada por aquele que escolhemos ou que nos escolheu para amar e se unir. Por mais que tenhamos por perto amigos ou conhecidos que queiram nos ajudar, o que é considerado bom para nossos amigos e conhecidos pode não ser o ideal para nós. Temos que traçar nosso próprio caminho e aprender a lutar sozinhas, e saber que por mais que acreditemos que estamos no caminho certo, muitas vezes nos enganamos e nos decepsionamos com nossas crenças e atitudes. O caminho muitas vezes é arduo, sofrido, e sem volta. Esta estoria realmente abre os nossos olhos, pois nos faz perceber que as coisas boas da vida são conquistadas através de muito esforço e dedicação, em especial o amor recíproco. Muitas vezes com nossa crença religiosa carregamos o coração divino no peito e rezamos para que tudo de certo na luta incansável pela busca do verdadeiro amor das nossas vidas.

Dedicatória

Poema dedicado as Mulheres de hoje, de ontem e de amanhã e principalmente a minha mãe que foi exemplo de vida e dignidade humana.

No compasso da Vida

Pela manhã dou gritos de alegria

Agradeço a Deus pela vida

Mais tarde vem o pranto

Enxugo as minhas lágrimas com o meu canto

Tenho um projeto de vida que me anima

Celebro todo dia o novo

Vibro com o que me traz alegria

Vida que renasce em mim

Tento todo dia me reconstituir

Assim confia o meu coração

Que bate no compasso da vida

E não se entrega a ilusão

Fui entregue ao mundo desde o nascimento

Ainda escrevo minha história nas estradas da vida

A angústia esta sempre por perto

Apesar de tudo me mantenho de pé

Sou parte dessa massa que apodrece

Que ao amanhecer renasce das cinzas

Novo regozijo, novo viver

por Claudia Hosbach

Prefácio

Uma estória intrigante e ao mesmo tempo fascinante sobre uma mulher experiente a procura do Amor ideal. Uma mulher atraente, inteligente e com pensamentos puros que se envolve em uma trama amorosa instigante e meticulosa. Sua vida jamais seria a mesma depois que conheceu o seu suposto verdadeiro e único amor. A narrativa se passa em uma fazenda nos arredores de uma região Alemã. O cenário paradisíaco da trama encanta o leitor que se imagina em um lugar que fascina e atrai muitos turistas de todo o mundo. Mas a história não é tão fascinante quanto o leitor imagina ao ler o primeiro capítulo. O conto “A Borboleta” é ao mesmo tempo realista e espiritualista. Um conto que vai deixar o leitor intrigado com as mentes mirabolantes dos personagens e a inocência de uma mulher sofrida de muito amor no coração e ao mesmo tempo uma fênix ao renascer das cinzas.

Eu Suzane Santos, 55 anos, brasileira, prostituta e mãe de dois filhos adultos. Eu fui uma criança muito desejada por meus pais. Era filha única e tive todo amor do mundo. Meus pais morreram quando eu ainda tinha 30 anos de idade. Quando criança recebi muitos presentes dos meus pais, e o mais diferente e amado de todos eles que recebi foi uma Borboleta empanada fixada num quadro de acrílico. Quando minha mãe me deu este presente ela disse para mim: “Filha a vida é boa, mas também tem sofrimentos. Quando qualquer coisa ruim ou boa te acontecer na vida lembre sempre da Borboleta que te dei de presente. A Borboleta com a ajuda da natureza se transforma e se revigora a cada amanhecer. Apesar do sofrimento em nossa vidas tudo se renova e se transforma a cada dia. Nunca esqueça estas palavras de sua mãe”.

As Borboletas são animais que vão se transformando durante a vida e só depois da transformação é que tornam-se adultos. Assim eu me comparo as Borboletas. Depois de muitas experiências negativas e sofrimentos na vida é que me tornei adulta. Na verdade não sei se já sou adulta. As Borboletas são admiradas por muitos pela sua beleza, pelo encanto de suas asas e pela sua capacidade de transformação.

Susane Santos sabe que cometeu muitos erros em sua vida. Aos 15 anos, ela ficou grávida pela primeira vez. Se casou aos 20 anos e teve dois filhos homens. Viveu com o marido apenas 5 anos. Seus dois filhos vivem atualmente em abrigos de acolhimento para crianças pobres. O filho mais novo o Fernando viveu por um tempo com ela. Mas como Suzane não tinha condições financeiras de criá-lo, decidiu colocar o filho num abrigo para menores. A decisão de deixar meus filhos em um abrigo foi muito dificil para mim. Mas a vida entre drogas, prostituição e alcool não seria o melhor ambiente para criar duas crianças. Sinto muita saudades de meus filhos, hoje adultos e saudáveis. Um deles o Fernando, apesar de ser um homem bonito e de boa aparência tem deficiencia mental e se comporta ainda como uma criança de 10 anos de idade. O outro filho mais velho, o Felix trabalha no abrigo onde vive até hoje e realiza trabalhos sociais com as crianças.

A infância de Suzane foi de muitos traumas. Susane Santos foi uma criança vítima de abuso sexual. Já na idade adulta se envolveu com o alcool, prostituição e jogos de azar. Com muito medicamento e terapia Suzane Santos conseguiu se livrar dos vicios que a atormentaram muitos anos de sua vida. "Eu era viciada em jogos e alcool”. O dinheiro que ganhava do meu trabalho como prostituta era para os jogos, compra de bebidas alcoolicas e drogas. Perdi o emprego fixo como Balconista, me separei do meu primeiro marido e me prostitui por cinco anos. Minha vida virou pelo avesso. Eu era muito humilhada como prostituta e chorava muitas noites seguidas. A vida como prostituta não era das melhores, mais conseguia me sustentar financeiramente e pagar minhas conta no final do mês. Todos os dias da semana fazia sexo com mais de dez homens durante o dia. Claro que eu protegia meu corpo usando camizinha contra doenças venereas.

Era uma tarde de segunda-feira e final de expediente. Foi um dia cansativo e estressante como na maioria dos dias da semana. Eu trabalhava como prostituta no Bordel da cidade onde morava já há 10 anos. Em um dia normal de trabalho conheci um homem que poderia ser o verdadeiro amor da minha vida o Geraldo Silva. Um homem de 50 anos de idade, acolhedor, sedutor e muito gentil. Geraldo era separado da mulher ha muitos e tinha um filho adulto que morava no exterior. O Geraldo disse que depois que se separou da mulher não teve mais vontade de se apaixonar e gostava de fazer programas com prostitutas. Ele dizia que as prostitutas sabia encantar um homem como ninguém. Como sofri muito no passado cheguei a pensar que estaria presa aos meus sentimentos e experiências negativas do passado e não tivesse mais coragem ou vontade suficiente de me apaixonar novamente. Em um dia comum de trabalho no Bordel, após uma relação sexual abitual com Geraldo Silva percebi que algo estava mudando em meus sentimentos.

Nas minhas relações sexuais mantinha sempre a frieza e a distância necessária para não me envolver com os clientes. Como tinha me separado há algum tempo do meu primeiro marido, não estava pensando em amor, paixão ou azaração. Eu considerava a minha atividade apenas como um trabalho para minha sobrevivência. Embora eu fosse muito discriminada por ser prostituta. Na verdade eu nunca perdi a esperança de encontrar alguém especial que dominasse o meu coração. Percebi que a partir daquele encontro casual tudo mudou.

No dia seguinte como de costume acordei cedo, tomei o café da manhã e fui trabalhar. O dia de trabalho para mim é intenso e por muitas vezes estressante e humilhante. No final da tarde ao sair do trabalho avistei em frente ao Bordel um homem de costas e pensei - “ Este homem parece com o Geraldo Silva”. – Isto deve ser ilusão da minha memória. Não dei importância aos meus pensamentos e segui para casa. Estava realmente cansada e queria relaxar e dormir. Quando cheguei em casa e assim que fechei a porta, a campanhia tocou. Achei estranho, pois não costumava receber ninguém em casa durante a semana. Ao olhar pelo olho mágico me espantei com o que vi. Era o Geraldo na minha porta. Pensei em não abrir a porta, mas a atração por ele era mais forte. Ao abrir a porta nos olhamos fixamente e logo nos beijamos. Foi um intenso e caloroso beijo. Geraldo olhou para mim e disse – Me desculpe Suzane mas eu queria muito te encontrar e segui você até aqui a sua casa. Eu disse - Não se preocupe Geraldo. Na verdade eu também não tirava você do meu pensamento. Nunca aconteceu isto comigo, mais acho que estou apaixonada por você.

Com o passar do tempo eu e o Geraldo estavamos nos conhecendo melhor. A cada dia mais envolvidos um com o outro. Com dois meses de namoro, o Geraldo me convidou para fazer uma viagem de uma semana para Turquia em um lago de natureza exuberante. No dia seguinte ao convite acordei cedo pela manhã e já comecei a arrumar as malas para a viagem. A viagem era a mais esperada de todas. Estava realizando um sonho há muito tempo desejado. Economizei o que pude para viajar para a Turquia e passar duas semanas em um Village de férias com o amor da minha vida. Queria curitr a viagem e aproveitar cada minuto daquele lugar. A viagem foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos meses. Relaxei bastante e me senti muito amada. A Turquia é realmente um país interessante. A culinária local é bem saborosa e diversificada. Os Turcos apreciam muito comidas picantes e com molhos exôticos. Na Turquia visitamos muitos templos e lojas de Suvenirs. A noite iamos sempre jantar em um restaurante diferente da cidade. Estava tudo quase perfeito em minha vida. Eu pensava, enfim encontrei o amor da minha vida.

Quando retornamos de viagem informei ao Geraldo que não teria tempo de vê-lo durante uma semana pois queria visitar os meu filhos e dedicar tempo suficiente para eles. Sem entender direito o porque mesmo assim o Geraldo aceitou o meu pedido. Passamos uma semana sem se ver ou trocar telefonemas. Foi o tempo suficiente que precisava para rever meus sentimentos e pensar se o que eu queria mesmo era ter de novo uma relação estavél, viver sobre o mesmo teto com outro homem e outras reflexões que norteavam meus pensamentos naquele momento. O abrigo onde meus filhos moravam ficava próximo a minha casa. A casa das crinanças era grande e tinha uma área verde e muitas flores ao redor. Um lugar bonito para medidtar e relaxar.

Iniciei a semana com mais um dia de trabalho agitado. Em alguns dias da semana o Bordel era bem frequentado. Os clientes não paravam de chegar. De políticos a empresários de renome até cidadãos comuns e adolescentes conturbados. Nós prostitutas tinhamos que ser rápidas e eficientes em nossos encontros casuais. Um destes clientes por sinal se tornou meu amigo e depois cafetão. Ele exigiu muito dinheiro de mim, e eu não poderia mais trabalhar para alguém. Isso foi muito frustrante." O dinheiro que recebia dos serviços dava todo para o meu cafetão. O que eu recebia dele era apenas comida, drogas e cigarros. "Ele me disse que eu era muito desajustada emocionalmente e não poderia lidar com o dinheiro." se livrar de um cafetão, não é fácil para uma prostituta. O cafetão me disse que se eu fizesse algo contra ele eu poderia morrer. Não dei muita importância ao que ele me disse. Todos eles fazem sempre ameaças como forma de controle.

Enfim, chegou o dia de visitar os meus filhos. Assim que cheguei ao abrigo pela manhã procurei o quarto 21 que era o de Fernando e do Felix. Ao chegar na porta do quarto o Fernando estava assistindo televisão e quando me viu deu um pulo e me agarrou nos braços. Mãe que bom te ver!! estava com muitas saudades. Esta semana eu vi uma Borboleta no abrigo e me lembrei de você. Perguntei pelo Felix e o Fernando disse ele que estava dando aula de pintura para as crianças. Depois de uma longa conversa com o Fernando, decidimos passear aos redores do abrigo e curtit a natureza do local. Dialogamos e rimos muito. O Fernando aos 32 anos de idade era um rapaz divertido e tinha um humor incrível. Tinhamos sempre o costume dos nos cumprimentarmos com bejinho na boca e abraços calorosos. Meus filhos eram a minha vida. Nós nos davamos muito bem, pois na verdade nunca os abandonei de verdade. Eu e Fernando resolvemos sair do abrigo e tomar um sorvete na praça da cidade. Ao chegarmos na praça encontramos muitas pessoas sentadas e conversando. Aproveitamos o dia, o sol estava lindo e o clima bem agradável. Depois seguimos de volta para o abrigo. Fernando como sempre me deu um longo abraço apertado e um beijo fraterno. Me voltei para ele e disse: Filho vou fazer o possível para tirar você daqui em breve. A mãe esta namorando um bom rapaz e quero formar de novo uma familia e ter você de volta ao meu lado.

Depois que disse estas palavras ouvi um tiro forte em nossa direção. Olhei para o meu corpo para ver se estava ferida e nada percebi. O Fernando olhou em meus olhos e disse: Mãe me segure, recebi um tiro nas costas. Quando olhei nas costas do meu filho tinha muito sangue na camisa. Procurei socorrro e imediatamente apareceu um rapaz para ajudar que chamou um táxi para nós. Pegamos um táxi e nos dirigimos ao hospital mais próximo. No táxi o Fernando me olhou e disse: Mãe não me deixe morrer. Assim que chegou ao hospital o Fernando teve que passar por uma tranfusão de sangue de emergência pois tinha perdido muito sangue. Eu naquele momento não sabia o que pensar. Somente me pergutava porque fizeram aquilo com o meu filho. Eu não tinha inimigos e era uma pessoa querida na região onde morava. Os dia se passaram e meu filho continuava em coma profundo no hospital. Fernando teve uma perfuração de bala no figado e no rim esquerdo. O médico disse que somente o tempo poderia dizer como seria a recuperação de Fernando. Como ele ainda era jovem tinha chances de sobrevivência.

Na semana seguinte ao acidente com o meu filho voltei a minha rotina normal e continuava a trabalhar no Bordel da cidade como prostituta. Eu estava em horário de almoço quando recebi uma ligação no meu celular. Era o Geraldo perguntando como foi a visita aos meus filhos no abrigo. Respondi a ele que tinha acontecido uma tragédia e que meu filho tinha sido baleado. O Geraldo ficou surpreso ao telefone e imediatamente disse que queria me encontrar e me dar todo o apoio que eu precisava. Marcamos um encontro pois já tinha se passado uma semana que não nos viamos. Ao nos encontramos nos beijamos e nos abraçamos. O Geraldo estava muito carinhoso e eu muito carente naquele momento. Fomos ao motel e fizemos sexo com muito entusiasmo e paixão. Na cama depois do sexo comecei a explicar ao Geraldo o que realmente tinha acontecido com o Fernando. Ele me abraçou e falou: - Suzane minha querida, porque você não me procurou antes? O que você precisar eu estarei do seu lado. Você já deu queixa a polícia? - Sim. Já registrei a ocorrência e eles estão iniciando a investigação.

A semana passou e eu não deixava de pensar nem um minuto sequer em meu filho. O Fernando estava em estado grave na UTI do hospital da cidade. O seu estado de saúde era delicado e inspirava cuidados intensivos. Eu ligava para o hospital um vez ao dia para saber o estado de saúde de Fernando. Infelizmente eu não poderia visitá-lo. O médico disse que Fernando precisava de tempo e silêncio. Durante a semana ao sair do trabalho, senti vontade de passear no bosque e meditar em meus pensamentos. Muitas coisas estavam acontecendo naquele momento. Conheci o amor da minha vida e meu filho estava no hospital entre a vida e a morte. Na minha caminhada encontrei uma linda Borboleta de cores fascinantes. A Borboleta começou a sobrevoar ao meu redor e eu tive a ideia de pegá-la em minhas mães sem prejudicá-la. Consegui colocar a Borboleta em minha mão. Foi naquele instante que pensei: Meu Deus quem será que atirou em mue filho? Não temos inimigos, somos pessoas do bem. Neste momento a Borboleta saiu da minha mão e começou a voar para o alto. Continuei a minha caminhada no Bosque e a linda Borboleta me seguiu por 2 kilometros. Fiquei encantada com aquele momento. Por um segundo achei que aquilo poderia ser um aviso mais eu não conseguia identificar.

Voltei para casa e continuei com a minha angustia de não saber se meu filho sobreviveria ou não a mais um dia. No dia seguinte como sempre fui trabalhar. No meio de uma relação sexual com o cliente recebi um comunicado do dono do Bordel Senhor Rogério para eu comparecer com urgência a recepção. Não entendi muito o que estava acontecendo. Aquele não era um procedimento normal do Bordel. Nós tinhamos que realizar o trabalho com o cliente até o final e nada poderia interromper o nosso serviço. Mesmo porque o cliente estava pagando caro a hora de serviço.

Pedi desculpas ao cliente, vesti a roupa depresssa e quando cheguei a recepção fui recebida com a notícia que meu filho tinha falecido naquele instante. Fiquei muito nervosa e não sabia o que fazer. Eu chorava aos prantos. O Senhor Rogério Dono do Bordel era um homem rancoroso e difícil mais prestativo com seu funcionários. Ele me liberou o dia de trabalho e me conduziu no seu carro até ao Hospital para providenciar a remoção do corpo de Fernando. Eu estava em estado de choque. Senhor Rogério foi quem fez tudo para mim. Retornei para casa e agradeci a meu chefe por todo apoio recebido naquele dia.

O dia seguinte foi o mais difícil momento da minha vida, o enterro do meu filho. Estavam presentes meus amigos mais próximos, meu filho mais velho o Felix e alguns colegas de trabalho, além do chefe Rogério. Não conseguia para de chorar quando derrepente uma Borboleta se aproximou do caixão do meu filho e ficou por 5 minutos batendo as asas perto do rosto de Fernando, Minhas lágrimas jorravam sem parar do meu rosto. Neste momento eu me lembrei das palavras de minha mãe: “Filha a vida é boa, mas também tem sofrimentos. Quando qualquer coisa ruim ou boa te acontecer na vida lembre sempre da Borboleta que te dei de presente. A Borboleta com a ajuda da natureza se transforma e se revigora a cada amanhecer. Apesar do sofrimento em nossa vidas tudo se renova e se transforma a cada dia. Nunca esqueça estas palavras de sua mãe”. Eu estava o tempo todo ao lado do caixão do meu filho. Ao levantar a cabeça vejo o Geraldo sentado em uma cadeira do lado de fora do cemitério. Derrepente a Borboleta bateu asas e serena partiu assim como meu filho. O Geraldo se aproximou de mim e friamente disse: Suzane eu matei o seu filho, me perdoe. Eu te segui por alguns dias e pensei que você estava me traindo com outro homem. Eu ainda não conhecia seu filho pessoalmente. Quando vi você com um homem abraçada e feliz, pensei imediatamente que Fernando era seu amante. Neste momento a polícia apareceu e levou Geraldo aljemado e preso.

Desde que meu filho faleceu sigo colecionando mais uma decepção amorosa em minha vida. Não sei se vou voltar a me apaixonar outra vez. Realmente é algo dificil de se afirmar. Por muitas vezes nós mulheres perdemos controle dos nossos sentimentos e nos enganamos profunddamente sobre o que é amar alguém e ser amada de verdade. Nos devemos favorecer nossas relações amorosas apoiadas na confiança e não na ansiedade e no medo de sermos abandonadas ou traídas pelo companheiro ou companheira. É vital que exista nas relações uma harmonia apoiada na maturidade e no respeito mútuo. Todo nós nos equivocamos, erramos, assumimos faltas e avançamos para crescer pessoalmente. Devemos sempre estar atentos para não cometermos os mesmos erros de sempre. Nós mulheres vivemos na ancia da busca pelo amor eterno. Isto gera quase sempre um ciclo visioso de desencontros e decepções amorosas que nos escravizam e eliminam nossa energia e alegria de viver. Atualmente tenho ainda meu filho mais velho para amar incondicionalmente. Assim como a Borboleta, me renovo diariamente. Estou em constante mutação interior e transformação interna. Espero superar ainda que não seja tarde, minhas decepções amorosas. Com a Borboleta de acrilico converso diariamente e medito comigo mesma as minhas frustações e alegrias. "Eu vivo simplesmente o dia a dia. Eu estou bem, me sinto bem", diz Susanne S. "Aprendi de tudo e tornei-me mais forte. Eu não lamento nada. A vida segue”.

Por Claudia Hosbach

23.07.2016

O Voo do Pássaro
Enviado por O Voo do Pássaro em 24/07/2016
Reeditado em 27/07/2016
Código do texto: T5707444
Classificação de conteúdo: seguro
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