Destruidora de paixões
Olhando para o teto de madrugada, lembrei do que éramos. Éramos melodia, poesias, palavras soltas. Éramos tanto, que acabamos esquecendo de ser algo de fato. Lembrei do último plano, da última mensagem, do último sorriso que te fiz dar, e, para ser sincera, tudo isso é tão triste! A dor chega agride por dentro. Massacrando.
Olhando o teto, pensei no quanto ele parecia nada, e lembrei do que somos agora. Nada.
Com um nó na garganta, recitei em voz alta nosso último poema. Era tão belo que não parecia ser real. Acho que foi por isso que acabamos nao dando certo, pelo excesso de "é tão perfeito que nem parece real".
Por vezes, o teto até parecia ter seu rosto. Aquele seu sorriso magnífico. Um louco da madrugada, foi o que me tornei. Dormir se tornou uma tarefa difícil. Olhando o maldito teto escuro e solitário, pensei no quanto me pareço com ele. E eu tento terminar esse texto, mas você levou minhas palavras. Levou minhas rimas. Saqueou meus sentimentos, deixou apenas um grande vazio. Tento descrever como dói, como ainda a quero, mas não há palavras. Não há mais nada. Você levou tudo, e o que restou foi um teto escuro e solitário para me fazer companhia. Prazer, esse sou eu, um poeta sem palavras, roubaram-me. Você me roubou. Alguém prenda essa destruidora de paixões, por favor!