Quando o céu cai
Ontem tarde da noite, ela me telefonou, disse que iria vir me ver logo pela manhã. Telefonemas como esses ou melhor, o dela, me fazem sorrir. Me fazem dormir e acordar feliz.
Amanheceu, está frio lá fora, o céu resolveu cair. Espero que isso não atrapalhe a vinda dela à minha casa; fiz o café do jeito que ela gosta, fiz os seus biscoitos preferidos e a amei de novo da mesma forma: inteiramente e intensamente.
Quando os nossos olhares se cruzaram naquela livraria, senti algo. Depois de um café e de longas conversas sobre Pink Floyd, Charles Bukowski, nossos gostos e ao ver aquele olhar e o riso tive certeza de que ela é a minha sina. Talvez, desde daquele olhar, eu já a amara.
Entardeceu e ela não apareceu. Não ligou, nem mandou alguma mensagem. A chuvarada já passou... Me entristece quando ela diz que vem e nunca vem; só fica ela em mim, dentro de mim.
Tudo o que eu gostaria era tomar aquele café e dizê-la todos os efeitos que causa em mim desde da primeira vez. Iria beijar a sua boca, me encostar em seu peito e ficar ali, em meu lar. Eu vou até lá, dizer tudo o que está aqui e fazer o que quero. Mas não adiantaria e que esquecimentos o meu... é que toda vez que o céu cai, ela cai junto.