Toda fã delira?!?!?
Lá estava eu nervosa, chateada, magoada. O vai-e-vem do limpador de para-brisas me irritando, mas sem sua ajuda estaria enxergando menos ainda, pois a tempestade está horrível. A pista está toda esburacada, já é de madrugada e eu corro para chegar logo no meu "canto secreto" que fica na fazenda. É lá que me refaço após as brigas de família.
No rádio do carro começa a tocar uma música tão gostosa de se ouvir que não sei se são os sussuros do cantor ou a letra da música que me acalma aos poucos, até aumentei o volume.
Por um instante me distraio, viajo naquela voz que parece estar ali do meu lado dizendo tudo aquilo diretamente para mim. Quando volto os olhos para a pista, que susto! Um farol alto vem nos meus olhos me cegando, ouço a buzina. Entro em despero, penso: "Vou morrer!"
Nem sei como consegui levar o pé ao freio e apertá-lo com toda a força que ainda me restava. Joguei o carro para a direita e ouço um estouro, sinto uma batida violenta na lateral esquerda.
O meu carro foi jogado do outro lado da pista e pára. Estou de cinto e tudo, tudo bem não está, mas ainda continuo viva, pelo menos é o que parece! Com dificuldade consigo soltar o cinto e sair.
Chove muito, os pingos machucam e distorcem a visão. Nesta hora nem sei mais o que estou sentindo; se é raiva, dor ou medo.
Esta pista é deserta, só eu passo por ali (pelo menos toda vez que fugi para o meu cantinho nunca encontrei ninguém).
O único farol do outro carro que ainda funciona está alto bem em mim dificultando minha visão. Não vejo nenhum sinal de vida do outro lado. Volto nervosa para o meu carro a procura da minha lanterna, a que eu uso para caminhar até o chalé na fazenda.
Tomo coragem e atravesso em direção ao outro carro. Chegando em frente nada consegui enxergar, minhas mãos ficaram trêmulas, comecei a chorar, pensei comigo: "Matei, matei uma pessoa por me deixar distrair, por imprudência, que idiota eu sou!"
Não tenho coragem para levantar a lanterna.
De repente me sinto forte, levanto iluminando o motorista que está caído sobre a direção. Estaria esta pessoa morta? Teria eu matado esta pessoa? Páro e penso: E se estiver viva, você está esperando que ela morra, sua burra?
Me aproximando mais vi que era um homem, o vidro havia se quebrado, coloquei a mão pelo lado de dentro e tentei destravar a porta. Depois de muito tentar ela se abre. Pego com cuidado em seus ombros e puxo para trás trazendo-o de volta para se recostar no banco.
Neste instante deixo cair a lanterna, levo a mão a boca e tento me sustentar sobre as pernas que não obedecem. Choro, soluço, grito e tento respirar ao mesmo tempo, na cabeça isso se repete me atormentado: "Matei, eu matei JON BON JOVI".
Dou as costas ao corpo tentando acreditar que a chuva pudesse lavar a minha alma criminosa, deixei que ela caísse sobre mim.
Outro susto! Desta vez sinto tocarem no meu ombro e desmaio.
Minutos depois acordo ainda debaixo da tempestade, só que desta vez nos braços dele. Estamos na frente do farol, tudo está iluminado. Olho ainda meio tonta para a chuva que cai e brilha ao passar pelo reflexo da luz, volto os olhos e fixo naquele olhar.
Ele nada diz e me leva para o seu carro. Rodamos alguns bons minutos. O carro pára, sou retirada e levada por aqueles braços que me envolvem com carinho. A porta é aberta por ele que me coloca em um sofá não muito confortável e sai para acender um lampadârio.
Na sala em que me encontro tudo é tão pequeno mas muito bonito e confortável.
De repente me dou conta de que estou com JON BON JOVI e estou perdendo tempo reparando numa salinha!
Me levanto e a casa toda está a meia luz porque só tem pequenas lamparinas e o lampadârio na sala. Saio à procura dele, ouço um barulho e o sigo. Chego a uma porta que entro fazendo o menos barulho possível.
Ele está lá de costas fazendo alguma coisa no fogão. Me aproximo e vou levar a mão até suas costas só para sentir se ele é real, ou eu morri e estou viajando ainda! Mas ele parece saber que estou ali e me pergunta:
-Are you, OK?- se vira olhando nos meus olhos.
Minhas pernas amolecem.
Ele vem me segura e me leva para a sala. Quando chegamos lá, de frente para mim, segurando no meu ombro me apoia para que eu me sente. Mas naquele instante, naquele lugar, com aquela meia luz e com aquele homem, não podia dar em outra coisa, o desejo entre nós se acendeu, e a tentação saiu de controle. Me entreguei ao domínio de suas pegadas. Em segundos senti os lábios quentes dele me tocando, me acariciando, me devorando, beijando a minha boca com desejo. Os seus braços envolveram o meu corpo e nos jogamos no sofá...
- AA-NE-EEEEEEEEEE!!! Abaixe o som, eu já disse! E vá dormir no seu quarto!!!
Era minha mãe me acordando.
(1997)
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Escrito para participar de um concurso da Revista Capricho que daria um CD e uma camiseta autografados por Jon Bon Jovi que estava lançando seu CD solo, o qual eu não tive coragem de participar , não enviei o conto, por considerá-lo na época, muito ousado!
Lá estava eu nervosa, chateada, magoada. O vai-e-vem do limpador de para-brisas me irritando, mas sem sua ajuda estaria enxergando menos ainda, pois a tempestade está horrível. A pista está toda esburacada, já é de madrugada e eu corro para chegar logo no meu "canto secreto" que fica na fazenda. É lá que me refaço após as brigas de família.
No rádio do carro começa a tocar uma música tão gostosa de se ouvir que não sei se são os sussuros do cantor ou a letra da música que me acalma aos poucos, até aumentei o volume.
Por um instante me distraio, viajo naquela voz que parece estar ali do meu lado dizendo tudo aquilo diretamente para mim. Quando volto os olhos para a pista, que susto! Um farol alto vem nos meus olhos me cegando, ouço a buzina. Entro em despero, penso: "Vou morrer!"
Nem sei como consegui levar o pé ao freio e apertá-lo com toda a força que ainda me restava. Joguei o carro para a direita e ouço um estouro, sinto uma batida violenta na lateral esquerda.
O meu carro foi jogado do outro lado da pista e pára. Estou de cinto e tudo, tudo bem não está, mas ainda continuo viva, pelo menos é o que parece! Com dificuldade consigo soltar o cinto e sair.
Chove muito, os pingos machucam e distorcem a visão. Nesta hora nem sei mais o que estou sentindo; se é raiva, dor ou medo.
Esta pista é deserta, só eu passo por ali (pelo menos toda vez que fugi para o meu cantinho nunca encontrei ninguém).
O único farol do outro carro que ainda funciona está alto bem em mim dificultando minha visão. Não vejo nenhum sinal de vida do outro lado. Volto nervosa para o meu carro a procura da minha lanterna, a que eu uso para caminhar até o chalé na fazenda.
Tomo coragem e atravesso em direção ao outro carro. Chegando em frente nada consegui enxergar, minhas mãos ficaram trêmulas, comecei a chorar, pensei comigo: "Matei, matei uma pessoa por me deixar distrair, por imprudência, que idiota eu sou!"
Não tenho coragem para levantar a lanterna.
De repente me sinto forte, levanto iluminando o motorista que está caído sobre a direção. Estaria esta pessoa morta? Teria eu matado esta pessoa? Páro e penso: E se estiver viva, você está esperando que ela morra, sua burra?
Me aproximando mais vi que era um homem, o vidro havia se quebrado, coloquei a mão pelo lado de dentro e tentei destravar a porta. Depois de muito tentar ela se abre. Pego com cuidado em seus ombros e puxo para trás trazendo-o de volta para se recostar no banco.
Neste instante deixo cair a lanterna, levo a mão a boca e tento me sustentar sobre as pernas que não obedecem. Choro, soluço, grito e tento respirar ao mesmo tempo, na cabeça isso se repete me atormentado: "Matei, eu matei JON BON JOVI".
Dou as costas ao corpo tentando acreditar que a chuva pudesse lavar a minha alma criminosa, deixei que ela caísse sobre mim.
Outro susto! Desta vez sinto tocarem no meu ombro e desmaio.
Minutos depois acordo ainda debaixo da tempestade, só que desta vez nos braços dele. Estamos na frente do farol, tudo está iluminado. Olho ainda meio tonta para a chuva que cai e brilha ao passar pelo reflexo da luz, volto os olhos e fixo naquele olhar.
Ele nada diz e me leva para o seu carro. Rodamos alguns bons minutos. O carro pára, sou retirada e levada por aqueles braços que me envolvem com carinho. A porta é aberta por ele que me coloca em um sofá não muito confortável e sai para acender um lampadârio.
Na sala em que me encontro tudo é tão pequeno mas muito bonito e confortável.
De repente me dou conta de que estou com JON BON JOVI e estou perdendo tempo reparando numa salinha!
Me levanto e a casa toda está a meia luz porque só tem pequenas lamparinas e o lampadârio na sala. Saio à procura dele, ouço um barulho e o sigo. Chego a uma porta que entro fazendo o menos barulho possível.
Ele está lá de costas fazendo alguma coisa no fogão. Me aproximo e vou levar a mão até suas costas só para sentir se ele é real, ou eu morri e estou viajando ainda! Mas ele parece saber que estou ali e me pergunta:
-Are you, OK?- se vira olhando nos meus olhos.
Minhas pernas amolecem.
Ele vem me segura e me leva para a sala. Quando chegamos lá, de frente para mim, segurando no meu ombro me apoia para que eu me sente. Mas naquele instante, naquele lugar, com aquela meia luz e com aquele homem, não podia dar em outra coisa, o desejo entre nós se acendeu, e a tentação saiu de controle. Me entreguei ao domínio de suas pegadas. Em segundos senti os lábios quentes dele me tocando, me acariciando, me devorando, beijando a minha boca com desejo. Os seus braços envolveram o meu corpo e nos jogamos no sofá...
- AA-NE-EEEEEEEEEE!!! Abaixe o som, eu já disse! E vá dormir no seu quarto!!!
Era minha mãe me acordando.
(1997)
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Escrito para participar de um concurso da Revista Capricho que daria um CD e uma camiseta autografados por Jon Bon Jovi que estava lançando seu CD solo, o qual eu não tive coragem de participar , não enviei o conto, por considerá-lo na época, muito ousado!