Nem sempre aquele que escolhe, faz a escolha certa. Tampouco aquele que se desespera toma a certeira decisão.
Certo dia ligaram para a esposa de um paciente em estado terminal. angustiada e muito depressa ela se dirigiu ao Hospital, pois sabia que algo tinha acontecido. O doutor mais resumidamente deu os primeiros informes e com ajuda de uma psicóloga anunciou a inevitável decisão de praticar a eutanásia. Era essa a melhor escolha? Não haveria possibilidades, ainda que remotas, de uma cura? Bem, a questão é que ela decidiu-se pelo conselho médico e marcou o procedimento para aquela semana. Teria ainda uns dias para se preparar a té assinar os papéis. Durante aquela semana, ainda que não falasse, o moribundo ouvia tudo e percebia tudo em sua volta. E o burburinho da eutanásia chegou ao leito, mormente, ao coração daquele esposo maltrapilho. A tristeza o invadiu, a sua alma sangrou e num ato de desespero, na surdina da noite, preferiu desligar seus conectores, dando cabo a própria vida. A decisão de sua esposa o afetou de tal forma que preferindo não deixá-la estigmatizada pela decisão, se abreviou do mundo, levando consigo a escolha em nome do amor. Essa situação acontece todo dia, não em leitos de hospitais, mas em casamentos feridos, marcados, carregados de fatores terminais... E quando conexões são quebradas, desligada, fatalmente alguém morre, ficando o ônus para aquele que de antemão decidiu pelo fim, o extinguir da vida comum. Esse relato é uma forma que achei de expressar o que muitos vivem e sem se perceberem, estão morrendo a cada dia. Acredite nas suas possibilidades de resgatar e curar. Acredite na oportunidade que o leito de uma relação enfermada proporciona. Mude a direção e terás mudado o mundo. Nem sempre aquele que escolhe, faz a escolha certa. Tampouco aquele que se desespera toma a certeira decisão.