Ele não veio à cavalo... Meu Príncipe era um homem fardado!

Eu sempre acreditei que os príncipes chagavam cavalgando sobre seus cavalos brancos, usando trajes reais, protegidos por suas armaduras de bronze, portando suas imponentes espadas de aço e ferro.

Eu cresci ouvindo isso...

Mas um dia, um deles chegou até mim.

Ele não estava em seu cavalo branco, muito menos de armadura ou espada...

Ele vinha dentro de uma viatura. Sua veste real, era a sua farda, sua armadura, um colete à prova de balas, e a espada... era uma pistola de calibre .40.

Ele não chegou sendo anunciado por trompetes e nem trombones, não tinha nenhum cortejo, não tinha coroa.

O seu anúncio foi com uma sirene estridente, com luzes luminosas, com várias viaturas dando cobertura e sua coroa... um casquete de um tom de cinza.

Ele não era loiro, não tinha olhos azuis, não tinha um porte atlético, suas bochechas não estavam rubras e seus olhos não cintilavam de alegria.

Ele era bronzeado do sol, seus olhos escuros feito o anoitecer, ele tinha um porte intimidador, suas feições sérias e seus olhos brilhavam com algo sombrio.

Nesse mesmo dia eu descobri, que não faria diferença a cor dos olhos, a armadura e nem o seu cavalo...

Naquele dia eu descobri que eu o amava e que não poderia mais viver sem ele.

Mas mesmo com todas essas diferenças eles tem algo em comum...

O desejo de proteger o seu reino, a vontade de ser invencível e reconhecido. A busca implacável por todo o vilarejo em busca da sua Cinderela, aquela que perdeu os sapatos no baile, aquela que fugiu assim que os 12 badalos do relógio romperam o cálido silêncio da noite.

É... acho que esse encanto acabou de vez, talvez o sapatinho de cristal não sirva só no pé dela! Ela não foi a única escolhida por ele.

Ela não teve o seu feliz pra sempre, ainda.

Quem sabe um dia, esse cavalheiro branco venha para a luz e à liberte dessa torre de marfim.