A Minha Grande Paixão

Um dos maiores amores da minha vida, foi a Lú, como eu a chamava, carinhosamente. Nos conhecemos na rua, eu lia um livro, ela se aproximou e falou.

-Parabéns, eu também já li este livro! É muito bom.

Conversamos muito. Nos tornamos amigos, rápido. Logo ela passou a ser a minha melhor amiga; saiamos juntos para jantar, fazíamos vários rolês. Ela era tão linda que andava de mãos dadas comigo, fingindo ser minha namorada, por causa dos homens que não a deixava em paz: paquerando-a, querendo contato, buzinando, na rua.

Meses depois, arrumou um namorado, quando brigava com ele, ia para minha casa, desabafar. Dei-lhe as chaves da minha casa para ela; dias depois, ela me deu as da dela. Uma certa noite, ela levou um casal amigo dela, em casa; aí só haviam a minha cama e um colchão, o casal dormiu no colchão e ela dormiu na cama comigo. Desde então, sempre que encontrava-nos, dormíamos juntos. Era uma amizade muito linda. Ela ficou desempregada, uma época, eu pagava as mensalidades da faculdade dela. Logo conseguiu emprego e quando precisei dela, respondeu a altura. As pessoas achavam que tínhamos um caso, mas não tínhamos mesmo, era amizade pura.

Um ano mais ou menos, depois, ela terminou com o namoro. Não demorou muito, arrumou outro. Passou um tempo, novas brigas... E vinha procurar um ombro amigo. Com uns dois anos de namoro, ficou noiva, mas não deu certo, romperam. Fui á casa dela, ela estava chateada; me contou que o noivado dela havia terminado e que a partir dali, não queria mais se relacionar com homens, desde então, queria mulheres.

-vai passar... é só porque estás magoada, falei.

Respondeu, com muita certeza.

-Quero mulheres! Homens nunca mais!

-Está bom, lhe apresentarei uma colega que é bi., Disse-lhe.

E assim fiz. As duas começaram a namorar. Não deu certo o lance das duas. A Lú Tentou com outra, mas não rolou mais...

Uma certa noite, chegou à minha casa, bêbada, bem louca, falando que não queria mais ninguém, nem homens, nem mulheres. Pensei que era por causa da brisa; porém, quando ela ficou sã, repetiu a mesma coisa.

Respeitava-nos bastante!

Eu dava-lhe sempre flores; fazia a comida preferida dela: salmão grelhado com batatas. Bebíamos juntos; falávamos sobre todos os assuntos que se possa imaginar.

Aí, uns dois anos depois que ela estava sozinha, chegou em casa, falando que tinha algo sério para falar comigo.

-Depois do jogo, falei.

- Onde está a toalha? Vou tomar um banho.

- ali, apontei para o guarda-roupas.

Ao sair do banho, saiu de toalha, achei estranho, pois sempre saia vestida!

-Adriano, preciso falar com você!

-Espere o jogo acabar, respondi.

Ela entrou entre a TV e eu, desligou-a e disse.

-Quem é mais importante é o jogo ou eu?

-Você! Pode falar...

-Estou há uns dois anos sem ninguém, mulher não é a minha praia, como você sabe. Eu estou apaixonada por você! ,Conhecemo-nos há muitos anos, ,e se é de dar para desconhecido, quero dar para você!

Conhecendo o gênio dela, respondi.

-Se fizermos isso, a nossa amizade vai se arranhar.

-que nada! Damos-nos muito bem! Você é homem, eu sou mulher. Estou solteira, você também... Nada nos impede! Veja as curvas do meu corpo (tirando a toalha envolta em seu inebriante corpo), disse.

Sentou em meu colo, nua, como veio ao Mundo.

-Não! jamais te rejeitarei, respondi.

Ela era irresistível... Tinha corpo de sereia e era super inteligente. Fizemos amor gostoso: me beijou, tirou minha roupa, sacou de sua bolsa um melzinho, melou todo o meu corpo, me lambeu, me mordeu, me unhou (jamis imaginei que ela tinha tanto fogo), só paramos quando nos esgotamos... Desde então, começamos a namorar! Uns seis meses depois, ela ficou grávida; ficamos muito felizes, mas perdeu, na oitava semana de gestação. Ela já havia perdido duas gestações de relações anteriores.

Me apaixonei, perdidamente por ela. A gente ia se casar. No entanto, com um ano e três meses de namoro, ela que não acreditava em Deus, se converteu ao Cristianismo. Nada contra! Só que brisou: dava parte do salário para a igreja; queria que eu me convertesse também. Não aceitava mais os meus amigos; me acordava de madrugada para orar. Tornou-se fanática em pouco tempo. Ainda fui algumas vezes, aos cultos, para agradá-la. Mas não era a minha cara.

Ah, e sexo? Só depois do casamento, disse. Suportei a situação por uns dois meses. Terminamos, numa boa. Porém, senti muita falta dela.

E sinto até hoje! Perdi a amiga e a namorada para Deus, será? (risos). Atualmente, ela mora nos Estados Unidos, pelo que fiquei sabendo.

Eu continuo escrevendo poemas profanos, de tão divinos. E infinitamente, apaixonado pela vida e por tudo o que é belo. Que ela esteja e seja feliz! Amém!

Adriano Soares Bardo
Enviado por Adriano Soares Bardo em 10/03/2016
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5569624
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