Olhe agora, o que restou

Lembro que naquele dia fiquei olhando o teto escuro do meu quarto, sem saber exatamente como responder suas mensagens, não sabendo se deveria responder. Fiquei simplesmente olhando o teto, ouvindo Skynny Love, sentindo um grande vazio preenchendo tudo. Minha carta havia chegado para você, aquela carta que escrevi cheia de esperanças, feliz, apaixonada. A carta que nunca havia escrito para ninguém. E agora, aqui estamos nós. Cada um do seu lado, com seus planos, com suas metas, com suas vidas. Aqui estamos nós, esquecidos, um amor que não durou. Lembro que naquele dia eu me obriguei a não chorar, já havia chorado demais por esse amor que sabíamos que não daria certo. Lembro que me sentia quebrada, uma simples boneca que não prestava mais, jogada no lixo. Veja o que somos agora, nada. Veja o que queríamos ser. Escrevi tantos textos para você, todas as palavras mais sinceras que eu poderia dar, todo meu amor. Veja o que somos agora! Satisfeito?

Lembro que a música parecia apenas completar toda a dor que estava sentindo, aquele nó na garganta. Já havia perdido-o uma vez, e estava perdendo de novo, um amor que não era para dar certo, e não tentamos fazer dar.

Olhe o que somos agora. Você aquele mesmo garoto com o sorriso encantador. Eu aquela garota com lágrimas nos olhos, sempre impedindo que elas caiam. Olhe o que não vamos ser, perceba. Olhe, agora só resta corações partidos.

"Eu digo ao amor para destruir tudo".

Leticia Moura
Enviado por Leticia Moura em 02/02/2016
Código do texto: T5531584
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