PRIMAVERA EM FLOR
PRIMAVERA EM FLOR
No firmamento os primeiros clarões anunciavam que um nome dia estava para nascer. O astro-rei belo e majestoso mostrava a sua altivez com sua luz forte brilhante. Nas pastagens da fazenda, os animais afinavam as suas orquestras, e cada um no seu ritmo dava a entonação da melodia matinal. De vez em quando, uma bela nuvem precedida de uma grande plumagem de algodão, teimava em não deixar que a aquela luz forte e estarrecedora prejudicasse as rosas e flores que seriam cultivadas na primavera mais encantadora dos últimos tempos. O vento soprava e amenizava o calor que se prenunciava pelos grandes raios solares que iluminavam a Terra. Borboletas coloridas, colibris, beija-flores, sabiás, galos de campinas, papagaios e periquitos mostravam a força que saíam de seus aparelhos fonadores afinados pelo dom divinal que o Majestoso Pai lhes proporcionava.
Tudo era belo naquele lugar. Ao longe numa estrada vicinal uma nuvem de poeira anunciava que alguém muito importante estava chegando, para desfrutar as belezas daquele belíssimo lugar. O aviso era dado por um belo e garboso galo que batia suas asas emplumadas e com seu canto garboso parecia que uma bela donzela estava por chegar. De repente a carruagem parou, os cavalos relincharam em respeito à majestosa senhorita que descia e pisava com todo garbo aquele chão sertanejo. Os donos da casa mais que depressa saíram correndo para abraçar e beijar a filha que estava ausente há muito tempo, pois estudava na Europa e ali chegava para matar a saudade de seus pais.
Foi uma alegria incomum, abraços e beijos fizeram a festa daquela família. Elisabeth, Elisabeth, como você está linda minha menina balbuciava Raimundinha a serviçal que ajudara a criar e educar aquela bela moça quando os seus pais estavam a cuidar das flores e rosas da fazenda sossego. Vamos preparar um café caprichado para a Beth saciar a sua fome e preparar um banho salutar para que ela renove as energias gastas durante a longa viagem. De repente tudo foi providenciado. Como por encanto surge como uma deusa estonteantemente perfumada uma bela mulher de olhos azuis e cabelos loiros, corpo escultural parecendo uma rainha sem coroa. Esse ornamento era dispensável, pois a beleza da jovem dispensavam quaisquer comentários.
Rafael, o filho do fazendeiro Nicolas estava preparando um lual com belas cantorias, pois já tinha conhecimento da chegada da bela jovem aquele recanto acolhedor. Numa bela noite de lua cheira os dois se encontraram, abraçaram-se e dialogaram bastante. Todos daquele local estavam convidados para ouvir as mais belas músicas sertanejas que iriam alegrar a bela festa. Rafael diz: em que mais fará do conhecimento um alento, a esperança, frutos de experiência terás vencido s pedras e espinhos na estada longa dos destinos. Beth diz: desde criança sonhei em ser grande não no tamanho, mas na sabedoria por isso estudei encantei meu estado pueril. Cresci e num belo ao raiar do dia estava me preparando para uma longa viagem para continuar os meus estudos. Agora estou aqui para rever meus amigos e familiares. O bate-papo foi longo e proveitoso. Zezinho chegava de mansinho com um violão e Joãozinho apontava com sua viola. Foi uma noite magnifica e proveitosa. Belas canções foram executadas a noite inteira.
Beth e Rafael começaram a dançar e a conversar baixinho ninguém suspeitava de nada. Carícias foram trocadas, abraços fortes e beijos tornava a festa mais animada. Rafael tinha tomado uns goles e com muita coragem anunciava aos quatro cantos que aquela festa representava o passo inicial para o casamento dos dois pombinhos. Palmas e mais palmas romperam e os violeiros tocaram mais alto e afinados os seus instrumentos para comemorar aquela data festiva. Nicolas pai de Beth e Francisco pai de Rafael de pronto aceitaram o namoro dos dois garbosos jovens. Parece que tudo estava programado, pois um delirante desejo e anseios quiseram ofertar. Na mais simples introspecção do despertar, nos momentos calorosos e desejos de amar, tudo veio a calhar. Oh!
Donzela bela, estonteante e descomunal entrega o meu coração apaixonado em troca dos seus doces deliciosos com gosto de mel. Rafael um pouco nervoso disse que quando criança era conhecida como menino travesso e alguém lhe homenageou assim: “Menino travesso”. Eu só queria recordar o meu destino prá voltar a ser menino e correr no meu sertão. Prá jogar peteca, atirar de baleeira, jogar lenha na fogueira e me banhar no ribeirão. Seu João me ensinava a montar no jumento era um tormento, pois o medo era de lascar. Frangote atrevido fazia estripulias para todo mundo ver, eu queria correr e mostrar minha arte no sertão. Nunca vi tanta bravura naquele sertanejo, até me dava desejo de com ele morar. De bicicleta eu ia longe para ver o trem passar e esperara que alguém visitasse o meu torrão.
Esperava uma bela mulher que me encantasse e com ela me casar. Viver a felicidade de modo diferente, mas com muito amor sem tristeza e solidão. Mas, Beth não ficava atrás dizendo que alguém tinha feito uma canção em sua homenagem. Donzela bonita. De olhos azuis e cabelos loiros, mostrava seu corpo escultural. Um instrumento musical emitia sussurros. De melodias geniais para uma festa fenomenal. A donzela dançava, rebolava altiva no salão... Girava, bamboleava levando o povo a sensação. Um moço bem vestido a fitava com animação. Com olhos brilhantes o seu coração era só emoção. Meneios, um belo casaco brilhante mostrava a beleza... A donzela encantava, mostrando toda a sua destreza.
Os seus lindos seis bailavam junto a ela com leveza... Seu meigo sorriso transforma alegria em desejos. Seu rosto achocolatado bem alvinho brilhava com seus anseios. Só alegria, refletia e o moço ficava louco sem receios. A orquestra parou e o moço a fitou com olhares fulminantes. A donzela suada cedeu ao olhar daquele moço exuberante. Ao final da festa os dois se encontraram e se deliciaram com respaldos de um amor forte vibrante e alucinante. Foi assim que aconteceu uma grande história de amor.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-FORTALEZA/CEARÁ