MALAS TROCADAS

Em cidades totalmente diferentes e pontos opostos, dois jovens desiludidos com o fim de seus relacionamentos se preparavam para o embarque. Cada um em seu destino diferente.

Um a trabalho, o outro na fuga de si mesmo e das suas desilusões.

Até que no saguão do aeroporto....

Estavam tão próximos num quiosque de revistas, contudo tão desligados em sua solidão, que um não reparou no outro.

Mas, pela mágica do destino; ou seja pela lógica de suas sinas. Suas malas, deixadas bem próximas por eles, enquanto folheavam os materiais da banca, se cruzaram.

Ou seja, não é bem isso. Sabiamente se entrecruzaram e por serem muito parecidas e do mesmo fabricante; que indiretamente se envolveu nesta trama anonimamente, as próprias malas trocaram seus endereços e partiram felizes.

Uma foi para o destino da outra.

O erro? Só foi percebido quando eles chegaram ao final da viagem, cada qual num hotel e cidade diferentes.

Só restava aos dois examinarem os pertences de cada mala, as pistas, para a devida troca, e...

Em cada mala havia fotografias; na dela, também, um pequeno diário com anotações emocionantes e envolventes. Um rascunho de sua bela dona.

Na mala de "Du", como era chamado pelos amigos, seu creme de barbear, cujo perfume agradou a "Ninha", o diminutivo de Ana e Menina, e mexeu com sua imaginação.

Então, a flechada certeira veio com o seu livro preferido de Pessoa, na mala de Du. Vocês acreditam? Havia outro, de psicologia e alguns CDs pops, além de uma foto de um atraente e belíssimo jovem.

Foi tudo demais. O que fez a jovem suspirar bem fundo.

Só que Nada de endereço...em nenhuma bagagem.

Mas o golpe do destino veio no fim da viagem dos dois; na precisão do horário: Dia, Minutos e horas em que os dois foram, ao mesmo balcão do aeroporto, reclamar por suas bagagens.

Então, um olhou para o outro. Cara a cara, pela primeira vez...

E se apaixonaram, de fato.

- Desculpem...., mas agora estou com pressa, não dá para falar mais.

- Tenho um compromisso urgente: O casamento dos dois pombinhos inseparáveis, o Du e a Ninha.

- Ficaram com inveja? ... "Beijinhos no ombro, pro ceis". Tchau!

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 11/01/2016
Reeditado em 04/08/2016
Código do texto: T5507405
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