Transbordando

Amália ama a Leonardo, que a ama de volta, mas morre de tesão por Juliana, sua cunhada. Juliana ama os dois. De maneiras diferentes. Era muito amor pra tão pouca gente. Amor demais uma hora transborda. Alguém sempre sobra. As irmãs viviam sozinhas desde a morte dos pais. Logo em seguida a mais velha casou-se e trouxe para casa o então marido. Uma adolescente e um turbilhão de hormônios. Um homem charmoso e sede noturna. Uma mulher ingênua e sono pesado. Combinação fatal.

Amália e Leonardo fazem amor. Ao final pensa na outra, que ainda nem é. Pensa em todas as vezes que levantava no meio da noite para beber água e ao passar pelo quarto da cunhada a via semi nua. Retorcendo-se feito cobra, fazia algo parecido com uma dança de sedução. Bote certeiro. Ouve um barulho vindo da cozinha. A esposa dorme. Excitado, vai em direção a quem imagina estar esperando por ele. Não deu outra. Com as habituais camisolas curtíssimas, a garota se refresca com um enorme copo de água gelada. Ele não faz questão de esconder o volume dentro da cueca branca. Ela faz questão de olhar.

Deixa o copo na pia. Sai sem dizer uma palavra. Fala melhor com os olhos e eles convidam. Entregam-se ao prazer. Entre roncos e movimentos naturais do sono da pobre e agora chifruda, Amália, respiração ofegante e posições variadas no quarto ao lado. O gozo. O fim. O começo.

No café da manhã nada parecia ter acontecido. Sentaram-se lado a lado, os três. Por baixo da mesa, Leonardo acaricia o sexo da esposa, enquanto enlouquece de prazer ao sentir a delicada mão de Juliana apalpando seu órgão ereto. Flertavam com o perigo. A faca da cozinha, nesse momento nas mão da dorminhoca da noite anterior e de tantas outras noites depois viria a ser o quarto elemento dessa família nada comum.