Breve história (relembrar é viver)

Antes, parecia que o calor havia sumido, e meu corpo se tornado um simples pedaço de gelo. Você lembra do quanto o desejei? Em alguns momentos parecia que algo aqui dentro ia explodir, se eu não o tocasse. Era uma sensação boa. Significava que eu o queria. Seria um erro dizer que nunca entendi se você me queria. Eu sabia que me amava. Eu sabia que me queria por perto. Eu sabia, acima de tudo, o seu desejo perante a mim. Lembra das nossas conversas mais quentes? Me arrependo de não tê-las salvado. Mas, não me arrependo por ter curtido o momento. Era conversas do tipo: "quero você me tocando, me beijando. Quero sentir seu corpo no meu, sua presença. Quero sentir seus lábios, tudo em você." Você foi a primeira pessoa que eu desejei tanto, e eu teria feito de tudo para conseguir cumprir meus desejos. Mas, o tempo se esgotou.

Lembra sobre eu querer te dar meu primeiro beijo? Então, desculpa. Quando tudo perminou, isso também passou pela minha cabeça. Eu nunca iria tocá-lo. Eu nunca iria beijá-lo. Eu nunca o sentiria, como sempre quis. E um tempo atrás aconteceu. Simples, rápido, do nada, e foi bom. Não era seus lábios. Não era a sensação que seria se fosse você, claro. Mas foi bom. Não houve amor. Não houve o nosso desejo. No momento em que rolou, eu estava tonta demais para perceber, e só me toquei quando os lábios dele já estavam nos meus. E eu queria aquilo. Queria sentir alguém. Não foi você, infelizmente.

Lembra que antes eu bebia, mas sempre estava consciente do que fazia, fazendo o possível para saber o que estar fazendo, não queria trai-lo. Mas agora não há a quem trair. Agora não há ninguém, porque não quero saber de relacionamento tão cedo. Você ainda paira em meus pensamentos. Agora entro nas brincadeiras de desafios, desempedida. Estou disposta a viver, de ser feliz. Isso é bom. É bom se sentir livre, sabe?

Já não dói escrever pra você. Muitas coisas relacionadas a você simplesmente já não são importantes. Eu ainda sou quem sou, mesmo sem você. Continuo sendo aquela garota que escreve o que pensa, que sorri para o mundo, que fala besteiras demais, que tira notas boas na escola, e tudo mais. Nada mudou. Ainda há memórias dentro de mim, e eu sou quase totalmente formada por elas. O que mudou é que agora eu vivo, e faço o possível para continuar construindo memórias que quero eternizar. Agora, eu faço a minha história de vida.

Leticia Moura
Enviado por Leticia Moura em 11/12/2015
Código do texto: T5477157
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.