Entrega especial
A cabana estava um pouco iluminada
A lareira ainda viva, com chamas o ambiente aquecia
E ali na janela, ela o branco observava
Enquanto, mais neve, sobre a que tinha, caía.
De onde estava podia ver as luzes
Que piscando dava destaque ao tronco do pinheiro
Ainda presa a magia da cena que a pouco assistira, visualizava os rostos de locais, que de surpresa apareceram na frente da cabana e fizeram uma cantata, com músicas que com certeza nunca esqueceria.
Era como se tudo tivesse sido preparado para ela.
Como se tudo que sempre sonhara, estivesse sendo armazenado, e, em um único momento fosse concretizado.
ENTREGA ESPECIAL...
Pegou-se falando alto e assustada com a própria voz sorriu, enquanto levantava para ver se, com o som, não teria acordado alguns deles que no quarto dormiam.
As crianças desmaiadas dormiam
Depois de um dia de pura alegria
Onde entre árvores correram
Fizeram bonecos de neve
Guerrearam e brincaram
Depois, mesmo tentando resistir ao cansaço
Não conseguiram...
Até a mais velha, ela teve que levar nos braços
Pois, deitada e enfeitiçada pelo fogo da lareira,
Na sala adormecera.
Agora só, com uma taça de vinho branco na mão
Enquanto suavemente, com os dedos, contornava as suas bordas...
Esperava.
Será que ele ainda demoraria???
Há tanto esperava aquele momento
Há muito sonhara e se preparara para ele
Estava discretamente vestida
Só um detalhe não esquecera
A rosa no cabelo, que ele pedira
De um vermelho viçoso, estava no lugar
Aquele era o sinal por ele acertado
De que se um dia viessem a se encontrar
A rosa seria a confirmação de que ela o queria
E queria... Que ele a viesse beijar...
E amar!!!
De repente, toque suave na porta...
Coração acelerou, ele chegou!
Meio infantil o seu pedido, levantou a mão e a rosa tocou.
Ela estava lá.
Levantou-se e, determinada, em direção à porta caminhou...
A rosa abriu-se toda
Para o beija-flor chegar,
Ele todo assanhado,
Voando, veio nela pousar,
Tirando dela o nectar,
Deixou-a aliviada,
Como se fora voar.
...
