Não consigo imaginar a minha vida sem você.

Enfim, era hora de voltar pra casa. Estamos esgotados, vinhamos de uma turnê de 2 meses pela América do sul.

Apesar do cansaço eu estava bem, estava feliz. Ana estava comigo e isso era o que mais importava.

Ana é minha namorada ela sempre me acompanha nas turnês, é o amor da minha vida, sem ela nada é a mesma coisa. Hora de decolar, escuto as instruções da aeromoça, fico a observar a Ana, com seu fones de ouvido branco caídos no pescoço, lendo um dos seus romances preferidos, vestida em um moletom dos Betles de cor preta que ela ama. Também amo vê-la com ele. Olho pela janela, e vejo que já ganhamos altura. As coisas ficam calmas lá dentro. Fecho a janelinha e tento dormir um pouco, pois estou muito cansado. Tava tudo bem tranquilo quando uma tubulação me desperta, eu sinto medo. Busco a mão da Ana. Parece que tem algo errado, ta todo mundo muito nervoso. - Calma já estamos controlando a situação, dia o copiloto nos altos falantes do avião.

Porque ninguém consegue se acalmar.

Outro sopapo vem em seguida, dessa vez com mais intensidade, as máscaras de segurança caem sobre nossas cabeças, seguro firme a mão da Ana

Ela está apavorada e eu também.

As coisas foram só piorando , algo no motor havia parado de funcionar. Estávamos caindo. O medo tomou conta de todos, só conseguir ouvir gritos e mais gritos. Eu só pensava em não largar a Mao dela. Depois de mais gritos, minha vista foi ficando turva, a mão da Ana se desprendia aos poucos da minha. E tudo apagou.

...

Depois do trágico acidente, eu e o Marcus sobrevivemos, fomos levados ao hospital. O Marcus ficou em coma profundo. E eu apesar de gravemente ferida me recuperei mais rápido que ele. Tive alta, tudo que eu pensava era em como estava o Marcus. No quarto 105, bloco H daquele hospital. Ligado a vários aparelhos, alguns arranhões no rosto. Mas continuava lindo. Ficou assim por 8 anos, todos os dia eu ia vê-lo, passa horas só o observando. Em dias de calmaria, pegava meu violão e cantava pra ele a nossa música, sabia que ele podia me ouvir. Sonhava em ver aqueles lindos olhos verdes olhando pra mim do novo. Em uma manhã, horário de visita, trazia em minhas mão o meu ukulele, hoje era dia de fazer música pra ele ouvir. Ao chegar no bloco H na porta do quanto dele, pude ver seus médicos discutindo algo era algo sobre ele. Então corri:

- O que está acontecendo?

- Senhorita Ana, não podemos mais mantê-lo assim. Precisamos desligar os aparelhos, ele já está assim a 8 anos e não houve nenhuma alteração no seu quadro clínico. Disse o Dr. Gustavo.

- O que? Não, não podem fazer isso. Ele vai ficar legal. Respondi chorando.

- Sinto muito queria Ana. Faremos isso hoje a noite. Aproveite seu tempo com ele hoje.

E saíram me deixando aos prantos na porta do quarto.

Ao entrar nem sentei bem ao seu lado.

Eu não conseguia parar de chorar, não consigo imaginar a vida sem ele. Ele é o amor da minha vida.

- Marcus , eu não consigo ficar longe de você, eu não suporto essa ideia de ter que te deixar partir. (Falo isso, enquanto faço carinho no seu rosto)

Passei o dia interior assim, aproveitando um pouco do que inda tenho ao seu lado.

O relógio marcar 20h, falta uma hora pra o meu querido Marcus descansar.

21h os médicos chegam e pedem que eu me retire. Naquele momento eu não queria acreditar no que estava acontecendo. Com o peito cheio de dor, peço mais alguns mim ao seu lado.

Me deito junto ao ele naquela pequena cama de hospital.

- Eu não quero ter que te deixar partir, eu cuidaria de você pelo resto a minha vida. Eu te amo Marcus.

Entrelaço minha mão na dele vem próximo ao coração. Poço ouvir seus batimentos. Como forma de adeus canto suave ao seu ouvido a nossa música. Sei que pode me ouvir.

Meu coração devorado de saudade se alegra agora, pois sinto sua mão pressionar a minha com firmeza. Eu estava tendo de volta o meu amor.

- Dr. Gustavo! Dr. Gustavo! (Chamo por ele aos prantos de alegria.

Os médicos entram no quarto e rapidamente alguém me dirá de lá. Posso ver pela janelinha de vidro que ele está de volta. E nesse momento minha vida ganha cor novamente.

Um verdadeiro amor é paciente e cuidadoso. O amor de verdade tudo suporta e tudo vence. O amor verdadeiro nunca morre. #texto #conto #amor #aguadechuva 📝❤

(@daaniellym)

Danielly Martiins
Enviado por Danielly Martiins em 13/11/2015
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