PEQUENO CONTO DE AMOR


    Aconteceu num momento em que eu desejava ​desesperadamente e ela, desesperadamente desejava. Num momento lindo, sublime em que nossas almas apaixonadas estavam carentes e irresistivelmente atraídas uma pela outra. 
    Fiz planos, tomei precauções, ​sem saber que ela, secreta e maliciosamente, fazia o mesmo. Saímos, passeamos de mãos dadas, conversamos; cada um, desejando ardentemente que as horas corressem e chegasse logo o momento tão esperado, ansiado mesmo em que iríamos nos amar, de verdade.
    Depois, com a calma e a naturalidade dos condenados que caminham para o cadafalso, chegamos ao templo de Heros.
    Nesse momento, perdemos a consciência do próprio ser, e os nossos corpos se fundiram e éramos um só organismo, uma só alma; era a perpetuação do amor completo como imaginado pela criação. Nossa saliva e nossas seivas vitais misturam-se como num caudal de um rio que se aproxima da cascata em corredeiras turbilhonantes.
    As palavras desconexas que fluiam dos nossos lábios, foram as mais puras e sinceras, pois brotaram do mais profundo recôndito do nosso sub consciente.
    Amei-te loucamente como nunca havia amado ninguém; pois, pela primeira vez na vida, alguém me retribuiu beijo por beijo, ​​carícia por carícia, gesto por gesto; aí, então, eu descobri o significado da palavra paixão.


   H. Siqueira. 1996.​
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HSiqueira
Enviado por HSiqueira em 27/10/2015
Código do texto: T5428866
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