Único Amor

Talvez você nem se lembre mais de mim... pensava Índia, olhando tristemente um pequeno broche que trazia muito bem guardado na sua caixinha de jóias preciosas. E volta às lembranças daquele passado tão distante, porém presente na sua vida...

Estava chovendo forte, não tinha nenhuma vontade de sair daquela cama, ainda mais que estava vivendo aquela doce aventura de inverno. Encontrou João Lucas, e foi amor à primeira vista. Tinha tudo para dar certo, mas o medo de sofrer foi maior do que o de ser feliz... Olha para João e sorri satisfeita. Ele retribui, mas os olhos tristes, Índia logo interroga:

_O que foi, meu amor? Por que essa carinha triste?

João Lucas para por alguns segundos antes de respondê-la:

_ Você está se esquecendo que hoje é a nossa última noite?

Índia sorri. Como poderia se esquecer olhando constantemente para o relógio? Ela sabia que as férias tinham prazo de validade, e do outro lado do mundo outra vida a esperava. Não queria pensar naquilo, pois a deixava triste. Disfarçava as lágrimas e disse:

_ Não me esqueci. Mas já conversamos sobre isso. Foi bom, mas temos a nossa vida que não é exatamente aqui...Você também está tão envolvido quanto eu com o seu mundo fora daqui. ( sorriu nervosa, passando a mão pelos longos cabelos)

_Sei. Mas será que você não poderia remarcar a sua passagem para mais um dia? E se eu for depois atrás de você? Posso jogar tudo para o alto e tentar viver lá, quem sabe...

_Não! Não vamos precipitar as coisas. E a sua vida? E os seus negócios? Seus filhos? E a sua ex- mulher é muito atuante em sua vida... Você sabe do que estou falando, sua vida está confusa...

João Lucas coça a cabeça, visivelmente nervoso. Ele sabia que Índia tinha razão. A sua vida estava atada a muitos nós, porém e etc. Não seria tão fácil assim resolvê-la fugindo das responsabilidades . Mesmo assim, insiste:

_ Eu estou disposto a correr todos os riscos por você! Não vá! Fique comigo, esqueça o que deixou do outro lado dessa porta! Fique comigo e a farei feliz...

Lágrimas traiçoeiras ameaçavam, Índia sabia que ele faria mesmo. Sabia que aquele homem era uma espécie rara. Capaz de acordá-la com um beijo pelo simples prazer de vê-la sorri. Aquele momento era mágico, ele queria uma decisão e ela não sabia o que fazer, simplesmente disse:

_ Desculpe-me, mas não posso, você sabe que eu não posso!

João Lucas soca a própria mão. Sabia o quanto Índia estava sendo sincera. Com certeza o filho dela não iria aceitar aquela relação. Da mesma forma que seus filhos também não aceitaram. Ele tentou falar com ela que filhos são como flechas lançadas para o mundo, e nada que ela fizesse poderia modificar a trajetória deles após o lançamento, adultos, cada qual seguirá a própria vida. E a chantagem emocional do passado cairá por terra, restará apenas a solidão.

Índia volta ao presente, seca as lágrimas, guarda carinhosamente aquele presente comprado num camelô qualquer. E diz para si mesma.

_ Meu amor, meu único amor. Você tinha razão...

Apaga a luz e volta sozinha para cama.

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Amigos, espero que gostem.

Estou atarefada com os estudos e trabalho, mas retribuirei as visitas, poderá demorar um só um pouquinho (rsrs).

Um abraço baiano,

Elisabeth Amorim

Elisabeth Amorim
Enviado por Elisabeth Amorim em 24/10/2015
Reeditado em 24/10/2015
Código do texto: T5425293
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