TREM DO AMOR

Sábado, 16 de Setembro de 1907. A rua estava escura, o relógio já marcava 19:00 e ele se mostrava impaciente, pois esperava o trem que estava 20 minutos atrasado. O motivo da sua impaciência tinha nome e endereço. Após aquele dia de trabalho, ele iria visitar a sua amada. Ela morava a alguns quilômetros de distância dali, e por esse motivo só podia visitá-la aos finais de semana. Mais alguns minutos de espera e o trem se aproxima. Ele cerra os punhos como se comemorasse um gol, entra no trem e cumprimenta as poucas pessoas que ali estavam, senta em um velho banco preto do lado esquerdo da porta, retira o chapéu e apoia sobre as pernas, passa a mão no bolso da calça que esbarra em um pedaço de papel dobrado em várias partes, ele desdobra com cuidado e logo começa a ver que aquele papel não estava em branco. Pelo título, lembra do que se trata, e um sorriso espontâneo brota de seus lábios, lá estava escrito: "A ti, dou todo o meu amor". Ele escrevera esse poema quando pediu a bela jovem em namoro, o poema se desenrolava assim:

"A ti dou todo o meu amor

não peço que me devolvas

só quero que o aceite

a ti dou todo o meu amor

pode parecer pouco

mas é tudo o que tenho

e quero que seja seu

a ti dou todo o meu amor

não se preocupes se não puderes recompensar

não busco recompensas, não quero trocas

apenas preciso do teu olhar,

A ti te dou todo o meu amor,

assim como o sol nos entrega a sua luz

de forma tão intensa e verdadeira,

não se cobres se não fores tão intensa

apenas permita que eu possa te abraçar.

a ti dou todo o meu amor

sem maiores explicações, sem nenhuma dúvida

e com toda a certeza de que

é ao seu lado que eu quero sempre estar."

Livio Souza Silva
Enviado por Livio Souza Silva em 13/10/2015
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