Conto em rimas - Eurídice e Orfeu- Nas Liras da Nova Era-
prólogo - O canto Antes dos Elíseos-
Como reles andarilho do mundo
que se encanta com flores rasteiras
com cantos de viola
e voos aleatórios de borboletas
queria experimentar da emoção
deixar-te, flor de melancolia, e me apaixonar
por uma estrela menos quente
me salvar de teu assassino quasar...
Sou deus andando entre as selvas
tantas cachoeiras e pedreiras
sou deus fugindo do homem
em busca de um instante de beleza...
Mas sou criança ninada no berço da criação
Como Criador não sei amar...
Ele recebe ingratidão
e eu só amo se amor me dão.
Eu queria como um filho de Dionísio amar
mas só sei olhar o sol e com Apolo fazer poesia
e durante a noite tocar para irmã Lua minha lira...
Eu queria como Paris me apaixonar
mas és tu estrela prestes a morrer
me repeles com teu pulsar...
Morreu no veneno da serpente enciumada...
tornou-se, o meu amor, a noite enluarada...
A Lenda- Orfeu o Menestrel
E nasceu comigo a virtude do deus sol
nas bênçãos de Apolo no mundo me ergui...
Curandeiro menestrel
poeta das dores e dos amores
Meu canto trouxe paz ao escarcéu
Nasci no instante calmo de uma canção
Meu choro deu-se na pausa do canto celeste
um instante para a respiração...
Sou uma nota do floreio da partitura da imensidão!
Eu corri ao chamado de Jasão...
lancei-me em mar de perigo
e minha canção era abrigo
Na ida e na volta inspirando o amor
fazendo inimigos se amarem como amigos
Trovador, poeta que enfeitiçou as sereias
-Vingativas ninfas da água-
naufragavam navios e aventureiros do Egeu
Navegante menestrel forte como Perseu!
A fúria, minha canção venceu...
- O Amor-
Bela! Personificação das belezas da criação
As ninfas a seguiam
O cupido, diante “ela” tremia de paixão
Bela! Filha das flores e dos raios de luz da primavera!
Como não amar?
E ela passou a ser o encanto profundo de meus dias
de meus poemas passou a ser poesia...
Bela! Encanto que vibrou nas cordas de minha lira
paz do meu sedento mundo de poeta!
Cantei os bens da paixão sem dela experimentar
minha amante era a arte
e somente em melodia eu podia amar...
Pois dormia em mistério os olhos de Eurídice
E antes de sabê-la existindo
Já me lançava nas estrelas à procurar!
Eurídice...Eurídice...
Antes de ti não havia futuro
Nunca me interessei no vislumbre que é sonhar!
E hoje tu existes colorindo o tempo
A cada segundo meu coração anseia por ti
Cheia de novidades és!
Sim, o passado vive no correr de mil anos
e no milésimo de um segundo
E mesmo que partas para outro mundo
Meu passado, meu presente e meu futuro
são banhados por teu amor!
Eurídice...Eurídice...
Musa de meus sonetos
deusa adorada em meu andor!
- A morte - Dueto Com o Luar-
Lua, fulguras de Artemis
Tão bela era meu amor
mas não escapou da dor...
ha! Lua, minha amiga de prata
Tão bela era meu amor
por isso foi amaldiçoada...
ha! Lua minha irmã...
Arrancaram parte de minh’alma
foi-se minha joia rara... Meu talismã!
ha! Lua, conte-me como é brilhar na escuridão
como vives longe de teu amor
e ainda inspiras os poetas que sorvem solidão?
Para onde foi minha amiga?
Onde está agora minha preferida?
Serpente maldita!
Mordeu-lhe o calcanhar e cobriu de morte
a rainha de meu reino cheio de vida!
Serpente ciumenta!
fez a saudade derramar de minha canção
e agora sinto-me em maldição
Menestrel cuja claridade afugenta!
Diga lua, minha confidente
será que posso encontrar meu amor
Zeus me permite esse presente?
-Corra poeta, cante teu canto na treva
Busque o barqueiro... Teu amor te espera!
Corra poeta, busque teu amor que a maldade roubou!
-Sim, Lua, minha senhora... Eu vou!
- A Busca - O “Hermes” Menestrel -
I- Às margens do Estige parei...
Sem felicidade tanto quanto sem moedas
Atenderia, o Barqueiro, meu pedido?
Menestrel iludido...Chorei e cantei!
Se quer notei que inverteu-se a corrente
tão profundo foi meu cantar
que evoquei, do mundo dos mortos, a minha ponte
Caronte... Emocionado como se pudesse também amar!
- Se cantar durante a viagem
Finjo que morreu, e vivo, para o submundo vou te levar!
Subi em sua embarcação
e mesmo cercado pela morte não cessei a canção!
Caronte me atravessou e me alertou!
- Tenha cuidado poeta, teu amor vale essa tormenta?
Pobre Caronte...Não conhece o amor
E a luz que ilumina, a calmaria na voz do pastor
que se arrisca, mas suas ovelhas apascenta!
Pobre Caronte... Não conhece os bens do amor!
II- Caminhei no inferno, acalmei o desesperado...
Uma medida de paz!
levei, com minha lira, as preces de quem vivia do outro lado
Monstro algum e dor nenhuma foi mais forte que minha inspiração
Eu, cheio de carinho, fiz dormir todas as cabeças de Cérbero- O cão...
Fui acalanto no mundo das sombras
meu amor e minha luta foi mil anos de luz na escuridão!
Finalmente frente ao rei Hades, furioso perguntou-me:
- Como chegaste vivo aos meus domínios ?
Eu respondi em comovida poesia
vez por outra, corria meus dedos nas cordas da lira...
Por Zeus! Quanta agonia!
Hades chorou, Perséfone se emocionou...
Por Zeus! Quanta agonia...
E os sons das lágrimas de Ferro
pelo inferno, como eco surdo, percorria!
O Lord do baixo reino atendeu meu pedido
como se atendesse a suplica de sua própria emoção!
E deixou que eu levasse meu amor
que guiasse sua sombra para fora do mar negro de sofreguidão
Mas eu não devia olhar para Ela... Tão Bela!
Eu aceitei a condição!
Alguns instantes de melodia e trevas
E quando o sol a iluminasse, receberia meu galardão!
III- Guiei a sombra de meu amor...
Musicas alegres e de conquista
Ritmo de festejo!
Trazia para a vida a luz de meus passos
A Razão de minha poesia!
Mas... O Sol a minha frente refulgia
Perdi sua sombra, olhei antes da hora que devia!
Meu amor, às minhas costas, tropeçou
E na saída do inferno sua imagem esvaneceu
tornou-se fantasma e a morte mais uma vez a levou!
Meu grito assustou os deuses
O Olimpo, como Hades, chorou!
E eu segui, sozinho...
Um pássaro sem ninho
Minha poesia perdeu o vigor
Minha canção perdeu o calor
Triste Curandeiro
Conselheiro das horas amargas...
Para os perdidos, dei minha sabedoria
a paz de minha verve sagrada
Mas dela não me fazia filho!
Curei a dor de todos
mas a minha dor era perene, sempre comigo!
Amargo reneguei todas as donzelas
A fúria delas foi a minha queda!
A Mênades, damas furiosa e apaixonadas pelo Orfismo
Me queriam... Mas eu cantava apenas por minha namorada!
-Eurídice, Eurídice... Minha amada!
Elas não me tocavam
Meu canto não deixava...
Então gritaram e sufocaram minha voz
atiraram em mim pontas envenenadas
E a paixão, em desespero, foi a minha algoz!
Mataram-me e fizeram meu corpo em pedaços
me espalharam pelos campos de Tersália
Mas minha cabeça, mesmo decepada, cantava:
-Eurídice, Eurídice... Minha amada!
- As Alegrias dos Elísios-
As nove ninfas enlutadas
reuniram meus pedaços
me levaram aos deuses
e estes remontaram minha alma
ventei com os ventos
brilhei com a lua
e cantei com o rouxinol
e cavalguei, até os campos Elísios,
os raios do sol!
reencontrei meu amor...
ela dançava nas águas
e se movia com as borboletas
ela dançava ao nascer do dia
e no silêncio da noite, com as arvores,
se inclinava ao vento e me ouvia...
Juntos cantamos na natureza
fizemos poesia
e coroamos a primavera como nossa realeza!
Juntos éramos chamas nas noites frias
esperança na tristeza...
Na dor, o fio mágico de beleza!
Juntos éramos chama amena
perene como o fogo furtado por Prometheu
Juntos éramos uma gota...
Uma gota doce misturada ao salgado do velho Egeu!
- O Nascer de Uma Nova Era-
"As primaveras não podem cessar
As flores precisam nascer
E por isso é necessário perder e encontrar!"
Foi isso que nos soprou Afrodite
Vênus, deusa protetora dos enamorados!
Contou que amores verdadeiros
são sentenciados!
Perdem-se e se encontram
para gerar no ventre cósmico do amor
a energia que move a vida!
Abençoados são os poetas!
Cheios de esperança, vendo em tudo a escondida poesia!
E nasceu mais uma vez Orfeu
E sempre seguindo sua canção,
Eurídice se fez em, mais uma vez, viva !
Correram entre mundos
navegaram os mares dos mistérios profundos!
E quão apaixonados pelas estrelas eram...
Encontraram-se em um dueto
um amor perfeito nas águas de uma nova era!
Um amor que não teme a serpente
Juntos, uma vez mais, amassam a fera!
Abençoados Poetas!
Fluem com em corrente sábia de nergia
Amam na proteção da noite
e exaltam o amor no clarão do meio dia!
Não precisam mais da dor para mover as águas da vida!
Compreenderam que a morte não existe de verdade
E que nada, nem mesmo o tempo e a distância
desarranja a partitura de um amor tecido em notas de eternidade!
Poderosos e despertos...
Eurídice e Orfeu... Na luz de um novo tempo...
Duas estrelas gêmeas respaldando o firmamento!
Final - Epilogo dos Vitoriosos -
Orfeu, o amado poeta, que aplacou a ira com sua rica poesia
que cruzou o Estige em vida
e fez Hades chorar lágrimas de ferro
Buscou seu amor do mundo dos mortos
mas olhou para trás... E ela ficou no inferno
Torno-se amargo e sem cor
remédio ofereceu para todos
mas não curava a própria dor...
Um dia despedaçado em seu labor
desconstruído em seus sonhos Orfeu, finalmente,
teve suas partes juntadas...
Eurídice e Orfeu, hoje unidos estão em um só cantar...
Os pássaros param de voar apenas para ouvir
as árvores se inclinam para dançar
a melodia da lira que fala da adoração!
Eurídice tem de Apolo a poesia e Orfeu a sagrada lira!
Os corações perderam-se nas idas e vindas
mas sempre se encontram em uma nova canção
e em todas as vidas!
Um vibrar do eterno amor
Fazendo nascer estrelas na imensidão...
Pois dois que se tornam um
é o principio da continuação!
prólogo - O canto Antes dos Elíseos-
Como reles andarilho do mundo
que se encanta com flores rasteiras
com cantos de viola
e voos aleatórios de borboletas
queria experimentar da emoção
deixar-te, flor de melancolia, e me apaixonar
por uma estrela menos quente
me salvar de teu assassino quasar...
Sou deus andando entre as selvas
tantas cachoeiras e pedreiras
sou deus fugindo do homem
em busca de um instante de beleza...
Mas sou criança ninada no berço da criação
Como Criador não sei amar...
Ele recebe ingratidão
e eu só amo se amor me dão.
Eu queria como um filho de Dionísio amar
mas só sei olhar o sol e com Apolo fazer poesia
e durante a noite tocar para irmã Lua minha lira...
Eu queria como Paris me apaixonar
mas és tu estrela prestes a morrer
me repeles com teu pulsar...
Morreu no veneno da serpente enciumada...
tornou-se, o meu amor, a noite enluarada...
A Lenda- Orfeu o Menestrel
E nasceu comigo a virtude do deus sol
nas bênçãos de Apolo no mundo me ergui...
Curandeiro menestrel
poeta das dores e dos amores
Meu canto trouxe paz ao escarcéu
Nasci no instante calmo de uma canção
Meu choro deu-se na pausa do canto celeste
um instante para a respiração...
Sou uma nota do floreio da partitura da imensidão!
Eu corri ao chamado de Jasão...
lancei-me em mar de perigo
e minha canção era abrigo
Na ida e na volta inspirando o amor
fazendo inimigos se amarem como amigos
Trovador, poeta que enfeitiçou as sereias
-Vingativas ninfas da água-
naufragavam navios e aventureiros do Egeu
Navegante menestrel forte como Perseu!
A fúria, minha canção venceu...
- O Amor-
Bela! Personificação das belezas da criação
As ninfas a seguiam
O cupido, diante “ela” tremia de paixão
Bela! Filha das flores e dos raios de luz da primavera!
Como não amar?
E ela passou a ser o encanto profundo de meus dias
de meus poemas passou a ser poesia...
Bela! Encanto que vibrou nas cordas de minha lira
paz do meu sedento mundo de poeta!
Cantei os bens da paixão sem dela experimentar
minha amante era a arte
e somente em melodia eu podia amar...
Pois dormia em mistério os olhos de Eurídice
E antes de sabê-la existindo
Já me lançava nas estrelas à procurar!
Eurídice...Eurídice...
Antes de ti não havia futuro
Nunca me interessei no vislumbre que é sonhar!
E hoje tu existes colorindo o tempo
A cada segundo meu coração anseia por ti
Cheia de novidades és!
Sim, o passado vive no correr de mil anos
e no milésimo de um segundo
E mesmo que partas para outro mundo
Meu passado, meu presente e meu futuro
são banhados por teu amor!
Eurídice...Eurídice...
Musa de meus sonetos
deusa adorada em meu andor!
- A morte - Dueto Com o Luar-
Lua, fulguras de Artemis
Tão bela era meu amor
mas não escapou da dor...
ha! Lua, minha amiga de prata
Tão bela era meu amor
por isso foi amaldiçoada...
ha! Lua minha irmã...
Arrancaram parte de minh’alma
foi-se minha joia rara... Meu talismã!
ha! Lua, conte-me como é brilhar na escuridão
como vives longe de teu amor
e ainda inspiras os poetas que sorvem solidão?
Para onde foi minha amiga?
Onde está agora minha preferida?
Serpente maldita!
Mordeu-lhe o calcanhar e cobriu de morte
a rainha de meu reino cheio de vida!
Serpente ciumenta!
fez a saudade derramar de minha canção
e agora sinto-me em maldição
Menestrel cuja claridade afugenta!
Diga lua, minha confidente
será que posso encontrar meu amor
Zeus me permite esse presente?
-Corra poeta, cante teu canto na treva
Busque o barqueiro... Teu amor te espera!
Corra poeta, busque teu amor que a maldade roubou!
-Sim, Lua, minha senhora... Eu vou!
- A Busca - O “Hermes” Menestrel -
I- Às margens do Estige parei...
Sem felicidade tanto quanto sem moedas
Atenderia, o Barqueiro, meu pedido?
Menestrel iludido...Chorei e cantei!
Se quer notei que inverteu-se a corrente
tão profundo foi meu cantar
que evoquei, do mundo dos mortos, a minha ponte
Caronte... Emocionado como se pudesse também amar!
- Se cantar durante a viagem
Finjo que morreu, e vivo, para o submundo vou te levar!
Subi em sua embarcação
e mesmo cercado pela morte não cessei a canção!
Caronte me atravessou e me alertou!
- Tenha cuidado poeta, teu amor vale essa tormenta?
Pobre Caronte...Não conhece o amor
E a luz que ilumina, a calmaria na voz do pastor
que se arrisca, mas suas ovelhas apascenta!
Pobre Caronte... Não conhece os bens do amor!
II- Caminhei no inferno, acalmei o desesperado...
Uma medida de paz!
levei, com minha lira, as preces de quem vivia do outro lado
Monstro algum e dor nenhuma foi mais forte que minha inspiração
Eu, cheio de carinho, fiz dormir todas as cabeças de Cérbero- O cão...
Fui acalanto no mundo das sombras
meu amor e minha luta foi mil anos de luz na escuridão!
Finalmente frente ao rei Hades, furioso perguntou-me:
- Como chegaste vivo aos meus domínios ?
Eu respondi em comovida poesia
vez por outra, corria meus dedos nas cordas da lira...
Por Zeus! Quanta agonia!
Hades chorou, Perséfone se emocionou...
Por Zeus! Quanta agonia...
E os sons das lágrimas de Ferro
pelo inferno, como eco surdo, percorria!
O Lord do baixo reino atendeu meu pedido
como se atendesse a suplica de sua própria emoção!
E deixou que eu levasse meu amor
que guiasse sua sombra para fora do mar negro de sofreguidão
Mas eu não devia olhar para Ela... Tão Bela!
Eu aceitei a condição!
Alguns instantes de melodia e trevas
E quando o sol a iluminasse, receberia meu galardão!
III- Guiei a sombra de meu amor...
Musicas alegres e de conquista
Ritmo de festejo!
Trazia para a vida a luz de meus passos
A Razão de minha poesia!
Mas... O Sol a minha frente refulgia
Perdi sua sombra, olhei antes da hora que devia!
Meu amor, às minhas costas, tropeçou
E na saída do inferno sua imagem esvaneceu
tornou-se fantasma e a morte mais uma vez a levou!
Meu grito assustou os deuses
O Olimpo, como Hades, chorou!
E eu segui, sozinho...
Um pássaro sem ninho
Minha poesia perdeu o vigor
Minha canção perdeu o calor
Triste Curandeiro
Conselheiro das horas amargas...
Para os perdidos, dei minha sabedoria
a paz de minha verve sagrada
Mas dela não me fazia filho!
Curei a dor de todos
mas a minha dor era perene, sempre comigo!
Amargo reneguei todas as donzelas
A fúria delas foi a minha queda!
A Mênades, damas furiosa e apaixonadas pelo Orfismo
Me queriam... Mas eu cantava apenas por minha namorada!
-Eurídice, Eurídice... Minha amada!
Elas não me tocavam
Meu canto não deixava...
Então gritaram e sufocaram minha voz
atiraram em mim pontas envenenadas
E a paixão, em desespero, foi a minha algoz!
Mataram-me e fizeram meu corpo em pedaços
me espalharam pelos campos de Tersália
Mas minha cabeça, mesmo decepada, cantava:
-Eurídice, Eurídice... Minha amada!
- As Alegrias dos Elísios-
As nove ninfas enlutadas
reuniram meus pedaços
me levaram aos deuses
e estes remontaram minha alma
ventei com os ventos
brilhei com a lua
e cantei com o rouxinol
e cavalguei, até os campos Elísios,
os raios do sol!
reencontrei meu amor...
ela dançava nas águas
e se movia com as borboletas
ela dançava ao nascer do dia
e no silêncio da noite, com as arvores,
se inclinava ao vento e me ouvia...
Juntos cantamos na natureza
fizemos poesia
e coroamos a primavera como nossa realeza!
Juntos éramos chamas nas noites frias
esperança na tristeza...
Na dor, o fio mágico de beleza!
Juntos éramos chama amena
perene como o fogo furtado por Prometheu
Juntos éramos uma gota...
Uma gota doce misturada ao salgado do velho Egeu!
- O Nascer de Uma Nova Era-
"As primaveras não podem cessar
As flores precisam nascer
E por isso é necessário perder e encontrar!"
Foi isso que nos soprou Afrodite
Vênus, deusa protetora dos enamorados!
Contou que amores verdadeiros
são sentenciados!
Perdem-se e se encontram
para gerar no ventre cósmico do amor
a energia que move a vida!
Abençoados são os poetas!
Cheios de esperança, vendo em tudo a escondida poesia!
E nasceu mais uma vez Orfeu
E sempre seguindo sua canção,
Eurídice se fez em, mais uma vez, viva !
Correram entre mundos
navegaram os mares dos mistérios profundos!
E quão apaixonados pelas estrelas eram...
Encontraram-se em um dueto
um amor perfeito nas águas de uma nova era!
Um amor que não teme a serpente
Juntos, uma vez mais, amassam a fera!
Abençoados Poetas!
Fluem com em corrente sábia de nergia
Amam na proteção da noite
e exaltam o amor no clarão do meio dia!
Não precisam mais da dor para mover as águas da vida!
Compreenderam que a morte não existe de verdade
E que nada, nem mesmo o tempo e a distância
desarranja a partitura de um amor tecido em notas de eternidade!
Poderosos e despertos...
Eurídice e Orfeu... Na luz de um novo tempo...
Duas estrelas gêmeas respaldando o firmamento!
Final - Epilogo dos Vitoriosos -
Orfeu, o amado poeta, que aplacou a ira com sua rica poesia
que cruzou o Estige em vida
e fez Hades chorar lágrimas de ferro
Buscou seu amor do mundo dos mortos
mas olhou para trás... E ela ficou no inferno
Torno-se amargo e sem cor
remédio ofereceu para todos
mas não curava a própria dor...
Um dia despedaçado em seu labor
desconstruído em seus sonhos Orfeu, finalmente,
teve suas partes juntadas...
Eurídice e Orfeu, hoje unidos estão em um só cantar...
Os pássaros param de voar apenas para ouvir
as árvores se inclinam para dançar
a melodia da lira que fala da adoração!
Eurídice tem de Apolo a poesia e Orfeu a sagrada lira!
Os corações perderam-se nas idas e vindas
mas sempre se encontram em uma nova canção
e em todas as vidas!
Um vibrar do eterno amor
Fazendo nascer estrelas na imensidão...
Pois dois que se tornam um
é o principio da continuação!