Morena nordestina.

Cheguei ao Rio de Janeiro, essa cidade que continua maravilhosa. A primeira coisa que pensei foi em ir à sua casa, te fazer uma breve visita. Enquanto isso passeava pela praia, a de Copacabana. Conheci também o Cristo, o Redentor. Tão eufórica e feliz que só pensava em ti. Até me levaram na praia da Barra, tive coragem e saltei de paraquedas. Lá em cima tudo era tão belo. O azul do mar me contagiava. Mas, o que eu queria mesmo era pegar o metrô indo em direção a você. Desci naquela estação, peguei o vagão. Lotado. Só pra encontrar meu bem querer. Passei mal, não sei se era ansiedade ou a demora pra chegar a Vicente de Carvalho. Naquela praça da descida, peguei um táxi, em direção ao teu apartamento. Depois de duas horas e vinte minutos pude chegar ao meu destino final, peguei minhas malas que eram poucas, quase nada. Só a roupa que eu estava mais uma guardada. Subi no elevador, quem me atendeu não foi você. Pra meu desespero. Fui bem recepcionada, fiquei conversando asneiras. Na verdade eu só estava esperando você chegar. Dei uma desculpa e me levantei, não aguentava tamanha inquietação, meu eu não estava controlado. E quando saía do banheiro dei de cara com você, entrando pela porta, com aquela cara de assustado que me lembro até hoje. Dentro de mim tudo ria, feito uma criança perdida, na verdade eu era uma moleca sonhadora e cheia de mimimi. Tão fácil é pra mim descrever aquele dia. Engraçado. Amado e feliz. Demos um abraço apertado e trocamos algumas palavras, o que pairava no ar era um sentimento de vergonha, sabe-se lá o que. Você ficou surpreso. Não imaginava minha visita tão assim. Leve e breve. Lá se foi aquele dia, como uma nuvem passageira. Levando também minha expectativa, parece até que te surpreendi em vão. Era com ela que você estava Le Le a chamava. Mas dentro de mim eu sabia que você jamais se esqueceria do dia em que a morena nordestina parou na cidade carioca. Naquele verão tão quente de dois mil e nove.