A única.
Depositou a única flor no tumulo.
Era agora a única naquele lugar.
Enquanto a chuva caía lembrava.
Do garoto ranhento na primeira série, que lhe trouxe um anel feito de papel. Um ridículo anel, que veio junto com um pedido de casamento. Que ela nunca aceitara.
Lembrou ainda do namoro. Desde sempre juntos. O primeiro beijo, a primeira transa. As brigas, as dificuldades. E ainda assim era a única. A única pra ele.
Sempre juntos. Moravam um do lado do outro. Até que se cansou. Foi embora. Estudar fora. Achava que já estava na hora de conhecer outras pessoas. E conheceu, mas não eram como ele. Ele era único.
Voltou correndo. Voltou rápido. Mas não o encontrou mais.
Em seu lugar um caixão fechado.
Ali diante do tumulo tirou do bolso um ridículo anel de casamento, feito de papel.
-Eu aceito.
Ela era única. E foi até o fim a única.