Ela era uma gracinha de moça em seus vinte e dois aninhos. Tinha uma personalidade tão delicada e envolvente, que deixava em alguns momentos transparecer ser uma pessoa carente. Possuía um olhar distante que percorria sonhos equidistantes em que, talvez, fizesse morada os devaneios de uma mente em momentos delirantes. Sua presença era por demais gratificante, pois tudo que fazia repercutia favoravelmente em seu semblante, que se iluminava nesses preciosos instantes, ao transmitir toda a alegria que nela fazia morada de um modo esfuziante.

Possuía o salutar hábito da leitura, e sempre que a encontrava estava com um livro aberto sobre as suas coxas de exuberante brancura. Eram claras como o raiar da aurora, e de uma textura tão fina como a porcelana, que não se deve usar a toda hora devido a fragilidade do seu ser, que poderia se quebrar sem querer. E o seu olhar? Nossa, era realmente algo de se apreciar! Bem expressivos e lascivos que davam o que pensar. Também, nessa idade os desejos ficam exacerbados e provocam por vezes comportamentos inesperados.

Por tudo isso eu era o seu admirador mais entusiasmado, e no dia em que partiu dessa vida de um modo inesperado , deixou um vazio tão grande que nunca mais seria preenchido de modo adequado.
Cronista
Enviado por Cronista em 27/05/2015
Reeditado em 04/06/2015
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