O Palhaço e a Moça
Já há muito tempo não sabia mais o que era ser feliz. Embora herdado dos seus ancestrais a triste função de fazer todos felizes, não ouvia ,mais o chamarem seu nome de batismo, pois sempre o chamavam de palhaço.
A trupe era sua família a lona do circo a sua herança tinha a vida a viajar as vezes sem rumo outra sem prumo.
Uma enorme melancolia estava no seu coração e não sabia como arrancar com sua melhor máscara o sorriso de uma criança e dos mais velhos.
Um dia como outro qualquer escondido atrás do seu nariz vermelho avistou a moça de vestido rodado e florido, concentrou todo o espetáculo na esperança da estreia. O sorriso da triste moça ,sem sussurro no fim do espetáculo chamou sua atenção. Queria saber mais da triste moça de olhos de rubi.
Os amigos da trupe se espantaram no fim do espetáculo.
Escutaram como ha muito tempo não escutavam a palhaço de novo cantarolando...
Ao terminar ele procurou logo a moça e não a encontrou entre os brinquedos do Parque. A equilibrista não gostava da felicidade do seu palhaço, pois sabia que seria o motivo de sua tristeza.
No dia seguinte o palhaço colocou seu melhor sapato, tirou a máscara do rosto e foi se apresentar de gente.
Equilibrista - pra onde o senhor vai ?
Palhaço - vou para o centro conhecer um pouco a cidade.
Equilibrista - posso ir com você, motivo de meu sorrisos ?
Palhaço - já te falhei que pare com esta história eu vi você nascer e crescer pra mim és a mesma menina que pedia historinhas pra dormir. Vire estes olhos de mulher pra outro, pois pra mim eles são de menina.
Equilibrista – Menina eu? Sou mulher doida pra fazer teus dias coloridos ,feito o picadeiro .
Deixe-me arrancar esta dor do seu peito ?
Palhaço - menina sapeca tome aqui ,olhe um pirulito olha é de morango que tu gosta tanto.
Equilibrista - Já faz muito tempo que não chupo este pirulito eu quero é te amar...
Palhaço - Não me amole tem sorvete ainda vá saia da minha frente e vá se refrescar onde já se viu uma coisa dessas.
E saiu na certeza de encontrar a moça.
Andou em todos os lugares da cidade e não a encontrou.
Com muita insistência com a descrição da moça encontro um rapaz que não só falou onde a moça estaria e contou sua história .
Ela estaria no cemitério, pois seu marido havia cometido suicídio pra lhe deixar uma apólice de seguro pra não perderem a sua casa .O pobre coitado não saiba que o bendito seguro não cobria suicídio.
E lá estava a moça como todo dia fazia chorando aos pés da cova lamentado a forma da partida do seu marido e ao mesmo tempo pensando, pois ficou sem ele e em breve sem a casa.
A moça estava tão entretida na conversa que não observou o palhaço se aproximar
Palhaço - Bom dia moça como vai a senhorita?
Moça – senhora, mais respeito estou bem obrigada e não estou a venda não. Não quero sua proposta suja.
Palhaço - calma moça tenho uma boa proposta pra você.
Moça:- Estou ocupada Como vê e o senhor está me atrapalhando.
Palhaço - Bom moça para conversar tem que as duas pessoas se comunicarem .
Moça - você é palhaço ?
Palhaço - sou sim ! Tem problemas quero enfeitar a sua vida ?
Moça - Não!
Palhaço - Vou lhe falar um poema bem pequeno ...
A vida é um palco!
Vou fazer meus quatro atos, um picadeiro
Com direito a trapézio, mágica e palhaçada.
Sem me importar com o roteiro,
Pois sou bom no repente mesmo.
O Pai Celeste é o meu diretor.
Meu drama é o amor, caminhando entre
Os espinhos e as rosas uma tragédia grega
Por que sou um guerreiro tão cômico quanto
O trágico espetáculo da vida.
Moça - É seu?
Palhaço - Não! Mas é como fosse, pois o poeta conseguiu ver como nós do circo vivemos.
Eu vim chamar a senhora pra morar conosco, o que acha?
Moça - Não sei nada, não faço nada, só sabia ser esposa e meu marido me tirou isto seu moço.
Palhaço - Pois venha eu lhe ensino a ser um circo...