Primeiro Amor

Pietro deu seu último gole d'água e preparou-se para sair, aprontou suas coisas e partiu. No meio do caminho começou a pensar se as coisas sairiam de acordo com seu planejado. Assim que cruzou a rua de sua casa, avistou uma garota plantada na janela de um apartamento do primeiro andar de um prédio, olhando rapidamente, ele percebe que essa é Bruna, garota que a muito está apaixonada em Pietro. Sem com que ele perceba, ela o acompanha com um olhar sensual e malicioso. Pietro sempre soube, claro, mas todo seu amor era depositado em Lara, garota qual iria se encontrar agora, para tomar um sorvete em uma tarde ensolarada de Setembro.

Lara sempre o viu como um grande amigo, mas para Pietro, era hora de agir e aproveitar a deixa, já que Lara terminou o namoro e está solteira. No momento em que Pietro chega ao local marcado, lá está ela; bela, com grandes olhos castanhos, lindas sobrancelhas expressivas e um sorriso farto. Lara não tinha uma beleza comum como todas as jovens de sua idade. Era alta. Coxas finas e uma bunda terrivelmente pequena. Deram um abraço forte e longo, como quando um marido dá em sua esposa. No mesmo momento, Pietro puxa um forte suspiro e sente seu perfume, doce como sua personalidade, olharam-se, e Pietro disse:

- Estava com saudades, seu abraço é o melhor.

Lara estava feliz de estar de novo com seu amigo, mas era um sentimento fraternal.

- Eu também estava, vamos indo, o sol está muito forte. Disse ela.

Caminhando juntos, indo a tal sorveteria, Lara diz que todos seus relacionamentos começaram depois de um sorvete. Pietro sorri e pergunta:

- O que você quer dizer?

- Nada. Diz Lara com uma expressão inocente.

- Será que depois desse sorvete surgirá mais um relacionamento? Diz Pietro.

Lara solta uma gargalhada sarcástica e muda de assunto.

- Chegamos! Disse ela.

Surge algo na mente de Pietro que estava fora dos seus planos. Nos seus ideais, pagar a conta para uma garota só era viável se eles estivessem transando. Eles não estavam transando, mas Pietro interpretou que isso poderia acontecer em breve, e é claro, ele pagou a conta para Lara.

- R$ 14,50. Disse o funcionário da sorveteria.

- Eu pago. Diz Pietro sem hesitar.

Sacou uma nota de vinte do bolso e pagou o funcionário. Lara aparentemente aceitou calada o cavalheirismo de Pietro.

Depois de passarem algumas horas se divertindo juntos, chegou a hora de se despedirem, aquela seria a “hora H” para Pietro. Depois de mais um abraço, Pietro contou até três mentalmente e tomou coragem para beijar-lá. Em pequeno milésimo de segundo Pietro se sentia realizado, finalmente depois de anos seus lábios tocaram os lábios de alguém que Pietro estava apaixonado. O momento lindo foi interrompido quando Lara não o beijou de volta.

- Por que você fez isso? Meu Deus, somos amigos. Disse Lara

- Mas, eu achei...

Antes de deixar Pietro terminar sua frase, Lara vira as costas, atravessa a rua e caminha pra longe. A cada passo dado por ela, era o sonho de Pietro indo para os ares. A cada centímetro que ela se afastava, era seu tempo gasto em praticar discursos apaixonados no espelho do banheiro virar apenas supérfluos.

Pietro vai embora pensando como alguém poderia machucar tanto outra pessoa, Pietro estava desolado.

Ele só não tinha percebido que isso já havia acontecido, mas os papéis eram invertidos, Bruna estava na pior quando Pietro a recusou.

Quando ele passa pela rua da garota da janela, ela está sentada na calçada, com um short curto e um grande decote. Embora estivesse bastante aflito com o que acontecera, Pietro sabia quando havia uma grande oportunidade de transar, e talvez essa fosse a hora. Do outro lado da rua, Pietro atravessou só para passar por perto dela.

- Estava me evitando? Diz Bruna.

- Não, longe de mim.

Pietro senta ao lado de Bruna na calçada, com fortes segundas intenções.

- Estava com pressa mais cedo, mas percebi que você reparou em mim. Diz Pietro.

- Eu reparo em qualquer pessoa que passa na rua... Bruna soa como se pudesse falar mais.

- Talvez eu não seja qualquer pessoa pra você. Diz Pietro.

Bruna o beija, e ela sabia como fazer isso da maneira que Pietro mais gostava, talvez da maneira que todos gostavam.

- Vamos subir, minha mãe não está em casa. Diz Bruna.

Pietro a acompanha e entra no edifício.

A família de Bruna não tinha muitos recursos financeiros, embora o prédio fosse em um bairro mediano, a infra-estrutura era abaixo da média. Percebia-se pelos arredores a sujeira no chão, paredes descascadas e o enferruje do portão.

Bruna abriu a porta, com um passo furtivo Pietro estava lá dentro, a chave foi passada pela porta, e um último puxão para confirmar que estava fechada foi dado.

Estava mais do que provado que dois adolescentes de 16 anos sozinhos em um apartamento vazio, iria rolar alguma coisa. E rolou.

Depois de uma transa de três rounds, Bruna estava dormindo, a TV estava ligada em um canal aleatório e o relógio batia às 8 da noite. Pietro tinha que voltar. Vestiu-se e foi embora sem se despedir.

Depois da transa com Bruna, finalmente indo para sua casa, Pietro pensou que talvez o ponto fraco de pessoas apaixonadas fosse fazer tudo que agradasse seu amado. A diferença é que para Pietro, lhe custara R$14,50 e para Bruna, sua virgindade.