A colina e a neblina
A colina e a neblina
Naquela montanha coberta por um verde extremo toda noite a vegetação é regada por uma garoa fina.
O dia surge como uma mágica escondendo a beleza exuberante da montanha em uma densa neblina.
Calmamente a claridade surge detalhando os espaços e traços emergentes escondidos naquela colina.
O sol com seus raios calorosos dissipam a névoa úmida dando energia à vida e aquele monte maravilhoso se ilumina.
As formigas caminham! Os pássaros cantam! O vento sopra movimentando a mata e nela vejo escondidos os olhos castanhos de uma pequena menina.
Entre as árvores ela caminha tranquilamente, tocando nas flores e caminhando descalça por uma trilha serena.
Num vestido branco jogado ao vento ela para sobre uma grande rocha, permanece centrada em um pensamento distante encaracolando os cabelos com o dedo e acena.
Agora fiquei confuso com o texto! Aquela garota camuflada na vegetação molhada estaria me vendo ou seria um jogo de cena?
Num aceno inesperado sou surpreendido pela personagem morena de cabelos longos, cujo nome nos meus segredos se esconde.
A poesia descompassa, perde a rima e eu a surpreendo com uma flor. Uma rosa branca entregue em suas mãos pequenas, parte de um poema.
A menina correu com a rosa na mão, seus cabelos soltos esvoaçaram ao vento e naquele caminho de flores penetrou na neblina forte desaparecendo.
A imaginação nebulosa engana os sentidos do narrador inexperiente no amor, seria uma colina enfeitiçada, mágica, maldita ou o paraíso do amor?
O que aconteceu com o meu texto, pois a menina instantaneamente desapareceu. Eu não a encontro! Será que ela se escondeu?
Abandonada pela menina a colina virou uma montanha de neblina fria e sem amor. Coitado do narrador que passou a vida inteira tentando encontrá-la para amenizar a dor, penetrou na montanha, mas se perdeu, dizem até que de frio morreu.
O texto não tem mais narrador, nem menina, apenas montanha e neblina.
Paulo Ribeiro de Alvarenga
Criador de vaga-lumes
Iluminando pensamentos
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