A Flor do Pântano
A Flor do pântano
Eu corria naquele pântano maravilhoso acompanhado pelos pássaros, olhares de sapos e o vento. Aquele dia nublado ameaçando chover soprava no meu rosto um vento forte e fresco. Eu até escutava o som dos trovões distantes.
Parei e escutei um barulho forte na mata, gotas fortes e grandes começaram a cair sobre mim. Era o barulho da chuva pesada caindo forte sobre a mata. Eu corri no meio da chuva gritando e agradecendo pelo carinho das grandes gotas que tocavam o meu rosto, molhando meu corpo e me dando prazer.
Corri e mergulhei naquela enxurrada, fiquei todo sujo de lama e quando parei, percebi que meu rosto estava encostado em uma linda flor grande e bela. Sentei no meio da chuva e fiquei olhando para ela, que foi me encantando, me dominando, me seduzindo e tomando a minha alma.
Daquela flor surgiu uma linda garota que pegou a minha mão e me puxou. Logo percebi que ela queria apenas correr no meio da lama e no mato molhado. Ela saiu correndo na frente e eu corri atrás, sua felicidade contagiante era tanta que me arrastava e eu não conseguia pensar, apenas a seguia correndo no meio da lama.
Ficamos dançando com os braços para o ar naquela chuva forte, tão forte que chegava a doer quando a chuva batia em meu rosto.
Olhei para a casa e quis sair da chuva, mas ela não deixou, disse que não podia sair da chuva, pois a chuva era a vida dela. Não dei muita atenção para o que ela me falou e continuei agarrado nela todo molhado e sujo de lama. Ela estava linda toda suja de lama!
Inesperadamente ela me puxou e subimos numa grande pedra, de onde conseguíamos avistar um grande campo de flores todo molhado e começou a chorar, segurava na minha mão e chorava. Confesso que naquele momento também chorei!
Olhei o seu rosto cheio de lágrimas da chuva! Seus olhos eram verdinhos como a mata! Toquei seu cabelo molhado, sua boca úmida, não resisti e beijei, com todo o amor do mundo.
Abri os meus olhos e percebi que estava beijando a flor, mesmo assim eu sorri e fiquei feliz. Como ela é linda! Continuei fazendo carinho nela no meio daquela chuva e pensando: Agora eu sei por que ela não podia ir para a casa e tinha que ficar ali, no meio da chuva. Então resolvi ficar ali, com ela e do lado dela todo o tempo que ela quisesse, pois ela é a minha flor do pântano.
Paulo Ribeiro de Alvarenga
Criador de vaga-lumes
Iluminando Pensamentos
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