A MAIS ANTIGA ESTÓRIA DE AMOR
A MAIS ANTIGA ESTÓRIA DE AMOR
Esta estória aconteceu há mais de 5 biliões de anos quando da formação do planeta Terra.
Quando o Sol e a Lua se cruzaram pela primeira vez e se apaixonaram perdidamente. Desde então nunca mais puderam se encontrar para continuarem a viver juntos o seu grande Amor.
Tudo aconteceu assim: Ainda a Terra se encontrava mergulhada na escuridão do cosmo e Deus decidiu dar-lhe iluminação como toque final desta sua obra de criação.
Decidiu assim que o Sol com a sua luz iluminaria os dias e que a Lua com a sua meiguice refletiria essa luz polarizada que em tons de prata passaria a iluminar as noites. Para que este fenómeno acontecesse teriam de viver separados um do outro.
O Sol e a Lua após esta decisão foram invadidos por uma enorme tristeza quando verificaram que nunca mais poderiam viver um ao pé do outro. A Lua foi ficando cada vez mais triste apesar do conforto que sentia ao receber a luz do Sol que agora andava sempre afastado dela. O Sol com todo o seu brilho e esplendor recebeu o título de “Astro Rei” mas nem por isso se sentia feliz.
Deus notando que eles andavam infelizes explicou-lhes a razão da sua decisão:
Lua, tu com o teu luar vais iluminar a Terra tanto nas noites frias como nas quentes; vais encantar os apaixonados e com frequência serás a inspiração de “poetas” para fazerem belas poesias. Terás uma benéfica influência nas marés, na gestação e procriação dos seres vivos.
E tu Sol, vais manter o teu título de "Rei Sol" porque serás o mais importante dos astros no teu sistema. Vais iluminar e aquecer a Terra durante o dia permitindo que se desenvolva a vida no planeta e fazendo com que os seres vivam felizes.
Apesar da explicação a Lua continuava triste no seu cruel destino e chorava com amargura a sua situação. O Sol ao vê-la tão triste decidiu que ela não podia continuar assim e resolveu ajudá-la dando-lhe mais apoio e dizendo-lhe que não desanimasse.
Então preocupado foi pedir a Deus que ajudasse a Lua a ter mais oportunidades de periódicos encontros com ele. Assim poderia anima-la e dar-lhe força para aceitar a decisão de Deus, ajudando-os a suportar a separação e a vencer as saudades. Deus ouviu o pedido do Sol e com grande compaixão criou as Estrelas para que fizessem companhia à bela Lua. A Lua ficou um pouco mais animada mas quando atacava a saudade ficava triste embora as Estrelas fizessem tudo para a confortar, mas mesmo assim nem sempre conseguiam.
Assim até hoje a Lua e o Sol continuam a viver separados. Embora muito apaixonados, o Sol finge que está feliz e a Lua não consegue dissimular a sua tristeza.
O Sol arde de paixão pela Lua e ela vive entristecida na sua nostálgica e angustiosa dor.
Diz-se que a Lua tinha recebido, como ordem de Deus, estar sempre em fase de lua cheia e luminosa mas isso ela não conseguia cumprir porque como “mulher” tem periodicamente as suas naturais fases... Quando está feliz consegue a plenitude, mas quando se sente infeliz fica abatida e nem sequer consegue brilhar.
A Lua e o Sol seguem assim o seu destino.
Ele solitário continua forte e enérgico.
Ela sensível e meiga, é acompanhada pelas Estrelas, devido à sua fragilidade e delicadeza.
Os “homens” persistem em conquistá-la. Alguns já chegaram até a tocar nela mas acabam por regressar tristes e enciumados.
Sucede que Deus em sua infinita justiça e misericórdia decidiu que nenhum Amor fosse impossível de realizar-se, nem tão pouco o da Lua pelo Sol. Foi então que Ele decidiu que se realizassem periódicos encontros que nós designamos de eclipses.
Hoje o Sol e a Lua vivem esperando por esses encontros tão desejados. Quando a partir de hoje, olhares para o céu e vires que o Sol estás coberto pela Lua é sinal de que eles estão a amar-se. São esses breves momentos de amor que despertam tanta curiosidade à humanidade.
É importante lembrar que nesses encontros o brilho do êxtase é tão forte que se aconselha que seja observado esse momento de paixão com uma boa proteção. A intensidade e fulgor do brilho desse grande Amor é tão forte que pode cegar quem pretenda observá-lo sem uma conveniente proteção.
Faro, 13 Março 2015
gmarques