VINGANÇA DO ENGENHO
Sózinha em seu quarto, sentada na cadeira de balanço e enrolada em seu velho chale de crochêt, entre um cochilo e outro dona Chiquinha se balança. Chego de mansinho à espera de que ela note minha presença e quando isto acontece, me convida para irmos à cozinha tomar seu cafézinho com os bolinhos.
E foi durante este cafézinho gostoso que dona Chiquinha conta a triste história de sua vida, dentre as tantas que tem para contar.
Há muitos anos atrás, quando ainda era mocinha com seus dezesseis anos, moravam pai, mãe e mais quatro irmãos em Engenho Novo, um sítio pertencente ao coronel Porfírio e dona Maria das Graças, padrinhos de Chiquinha. Ela, mocinha faceira, sem ser bonita sem ser feia, gostava de visitar o engenho, admirar a imensa roda a girar, permanecia horas a sonhar que ali naquela roda girava seus sonhos de amor, só ia embora quando a noitinha chegava.
Cuidava da roda do engenho, um jovem de dezoito anos chamado Tunico que morava também no sítio com seus pais e irmãos e quando avistava Chiquinha, ficava todo sorridente. Com as visitas da mocinha, aconteceu o amor entre eles e como o costume da época exigia, o rapaz foi falar com os pais da jovem e o casamento foi marcado para breve. Casamento marcado, a moça não via a hora do dia terminar para namorar à luz da lua com seu amado Tunico.
Véspera do casamento, o sol se punha devagarinho, a tardinha convidava para um doce idílio, Chiquinha espera Tunico na varanda, mas não é Tunico que vem ao longe correndo, é seu pai. A moça sente uma dor profunda a martelar o peito e entre um desespero e outro, recebe a trágica notícia, a roda do engenho prendera Tunico e com ela levara os sonhos de amor do jovem casal, seu Tunico se fora para nunca mais voltar.
Chiquinha colocou luto e todas as tardes ia ao engenho, como a esperar a volta de Tunico.
As comadres andaram dizendo que foi vingança do engenho, porque Tunico havia lhe roubado a namorada.
Dona Chiquinha, a boa velhinha da casa de fundos do outro lado da rua, dona Chiquinha com seu eterno luto pelo amor de Tunico.
Sózinha em seu quarto, sentada na cadeira de balanço e enrolada em seu velho chale de crochêt, entre um cochilo e outro dona Chiquinha se balança. Chego de mansinho à espera de que ela note minha presença e quando isto acontece, me convida para irmos à cozinha tomar seu cafézinho com os bolinhos.
E foi durante este cafézinho gostoso que dona Chiquinha conta a triste história de sua vida, dentre as tantas que tem para contar.
Há muitos anos atrás, quando ainda era mocinha com seus dezesseis anos, moravam pai, mãe e mais quatro irmãos em Engenho Novo, um sítio pertencente ao coronel Porfírio e dona Maria das Graças, padrinhos de Chiquinha. Ela, mocinha faceira, sem ser bonita sem ser feia, gostava de visitar o engenho, admirar a imensa roda a girar, permanecia horas a sonhar que ali naquela roda girava seus sonhos de amor, só ia embora quando a noitinha chegava.
Cuidava da roda do engenho, um jovem de dezoito anos chamado Tunico que morava também no sítio com seus pais e irmãos e quando avistava Chiquinha, ficava todo sorridente. Com as visitas da mocinha, aconteceu o amor entre eles e como o costume da época exigia, o rapaz foi falar com os pais da jovem e o casamento foi marcado para breve. Casamento marcado, a moça não via a hora do dia terminar para namorar à luz da lua com seu amado Tunico.
Véspera do casamento, o sol se punha devagarinho, a tardinha convidava para um doce idílio, Chiquinha espera Tunico na varanda, mas não é Tunico que vem ao longe correndo, é seu pai. A moça sente uma dor profunda a martelar o peito e entre um desespero e outro, recebe a trágica notícia, a roda do engenho prendera Tunico e com ela levara os sonhos de amor do jovem casal, seu Tunico se fora para nunca mais voltar.
Chiquinha colocou luto e todas as tardes ia ao engenho, como a esperar a volta de Tunico.
As comadres andaram dizendo que foi vingança do engenho, porque Tunico havia lhe roubado a namorada.
Dona Chiquinha, a boa velhinha da casa de fundos do outro lado da rua, dona Chiquinha com seu eterno luto pelo amor de Tunico.