Crime Passional
Jaqueline preparara sua casa, luz de velas, cheiros harmoniosos, sambas ambientes, toda noite era assim.
Esperava naquelas noites a chegada de Mário, seu grande amor. O amor que Jaqueline sentia era extremamente pungente, visceral, dito por amigos como doentio.
Nas ultimas semanas Mário tardara a chegar, raramente indo ao encontro da amada, amigos dela diziam com linguagem de minhocas mentais;
''Cuidado, nega. Mario ta se convencendo para as outras, sendo bajulado pelos bares do bairro, e tu aí preparando a casa todo dia.''
Jaqueline por sua vez respondia;
''Claro que não, gente, Mário e eu nos amamos, jamais que ele faria isso comigo.''
Assim semanas, se passaram...
A casa já não estava sendo feita, e a fúria enciumada só crescia e propagava, Jaqueline resolveu rondar o bairro, atrás de um flagrante à Mário, dito e feito,
não precisou passar no segundo bar, lá estava o boêmio, cachaça na mão e samba nos pés, amigos e sirigaitas a seu redor. Nem um milagre fazia-o enxergar o fogo que consumia e ladeava sua casa. Destruída por dentro, Jaqueline volta pra casa, mandando um recado iminente para Mário ir urgente à seu encontro, no lar. Ao chegar, Mário notou quão diferente era sua casa, sem os cuidados de Jaqueline...
Três tiros irromperam a noite surda. Com olhar ferido de silencio e fala de não arrependimento, Jaqueline matou seu amor, não aguentou dividi-lo com todos, se não fosse dela, não seria de mais ninguém. Faria mais 5 vezes, se precisasse. Deixou o cadáver lá mesmo, e fugiu de carro para o Paraguai, onde começaria outra vida, outra vez...
Inspirada na musica ; crime passional, Filipe Catto