Amor proibido.
Dedicado ao meu querido amigo Jhonas Guimarães.
Em um cidade pacata do interior da Bahia, um jovem professor se prepara para o inicio das aulas e de sua carreira como professor de história, para ele era uma grande realização, pois tinha se formado na profissão que queria e estava iniciando a carreira na mesma,
Muito sério, correto e talentoso, não teve dificuldade para conseguir um emprego, em sua primeira tentativa em uma tradicional e importante escola da cidade, a Escola Padre Miguel, um escola administrada sobre leis cristã, muito rígida com sua tradições, Manuel logo conseguiu emprego impressionando o diretor pela sua seriedade.
As aulas iniciaram no inicio de fevereiro e pontualmente o novo professor da Escola Padre Miguel já estava lá devidamente apresentado a escola.
Sua primeira turma a da aula foi o 2°A, uma turma com 40 alunos adolescentes, de quietos aos baderneiros, os alunos logo se encantaram pelo seu jeito de lecionar, usava um jeito e linguagem moderna, até por que ele é um jovem com apenas 25 anos, mas de todos alunos, um chamou sua atenção em especial, Pedro, um jovem rapaz de 16 anos muito curioso e questionador, não deixava um detalhe da aula de Manuel passar abatido, sempre questionando.
Com o passar do tempo a relação entre Manuel e Pedro ficaram mais intensa o que antes era só uma relação professor aluno, passou a ser uma amizade, mas o que Manuel não esperava era que Pedro não o via só como um amigo, ele estava apaixonado pelo seu professor de história, em um certo dia Pedro resolveu investigar mais a vida do seu professor.
- Então, você é casado, filhos...? Perguntou Pedro.
- Não garoto curioso, não sou casado e nem tenho filhos, acho que sou muito jovem pra casar, mas por que essa pergunta?
- Por nada, só curiosidade mesmo.
Com o passar dos dias, Pedro já não conseguia mais controlar o que ele estava sentindo, ele tinha que de alguma maneira por para fora tudo o que estava sentindo e então resolveu contar tudo ao seu professor.
Ao final da aula, já quando todos estava saindo, Pedro esperou Manuel para uma conversa…
- Professor preciso conversar com o senhor.
- Olha Pedro se for algo sobre o assunto posso tirar suas dúvidas na próxima aula…
- Não, não é nada sobre a aula.
- É sobre o que então?
- Sobre nós dois, respondeu Pedro.
Nesse momento o clima ficou tenso entre os dois, pois Manuel já desconfiava do que se tratava.
- O que é tem nós dois? Peguntou Manoel.
- Não sei como te falar, não sei se devo, estou confuso e nervoso…
- Calma Pedro, diga o que está acontecendo.
- Eu... Eu estou apaixonado por você, pronto falei.
Nesse momento isso veio como um baque para Manuel, pois o que ele desconfiava e temia aconteceu, ele ficou preocupado e ao mesmo tempo feliz, ele também estava apaixonado pelo seu jovem aluno e já lutava contra a isso há dias…
- Pedro, isso não é correto, eu sou seu professor, sou mais velho que você…
- Mas eu estou apaixonado por você, eu não ligo para idade...
- Pedro, eu também estou apaixonado por você e venho lutando contra a isso a dias, não é certo, não posso, por mais que eu queria e por favor, não toca mais nesse assunto, deixa tudo como está.
Pedro não aceitaria isso, um adolescente apaixonado com hormônios a flor da pele louco para viver o que estava sentindo, só que algo te preocupava, e muito, Pedro faz parte de uma tradicional e conservadora família católica, em hipótese alguma a família dele aceitaria tal coisa, Ele já sofria com seus sentimentos presos, não era fácil pra ele ser gay em uma família conservadora e religiosa, ele estava louco e decidido, mas tinha medo do que poderia acontecer com ele e com seu professor Manuel.
Alguns dias se passaram e Manuel ignorava sutilmente Pedro, evitando que ele insista nas investidas, durante uma de suas aulas na semana Manuel sente uma tontura e desmaia, os alunos rapidamente chamam a enfermeira da escola, ao acordar ainda muito mal ele é recomendado pela enfermeira a procurar um hospital e fazer exames.
No dia seguinte Manuel vai ao hospital passar por uma consulta e realizar exames e para sua tristeza o jovem rapaz recebe a noticia de que está com leucemia, ele é recomendado a iniciar logo o tratamento pois o seu estado é delicado e ele logo marca.
Com o passar da semanas de tratamento alguns alunos começa a ficar curioso pelo fato de Manuel ter raspado o cabelo e um desses alunos era Pedro, Manuel jamais o contaria o que está acontecendo a ele, sabia que isso faria Pedro sofrer, mas esse silencio e afastamento de Manuel estava deixando Pedro cada vez mais confuso, desesperado.
Uma semana se passou e Manuel não apareceu na escola, ele estava internado pois sua doença se agravou, Pedro em seu desespero pra saber noticias de Manoel, já que ninguém o informava nada, invadiu o arquivos da escola e pegou informações necessária para ter contato com Manuel, ele não teve coragem de ir até sua casa, ligou mas Manuel não atendia, então resolveu mandar uma mensagem para o celular onde dizia:
“Se você realmente é apaixonado por mim, me encontre amanhã no parque da paz ás 19:00 horas. Ass: Pedro”.
No dia seguinte lá estava Pedro aguardando Manuel, aguardou inquieto e nervoso até às 21:00, viu que Manuel não apareceu e foi para casa triste e desapontado, quando chegou em casa começou a escrever uma carta e a deixou sobre a mesa do seu quarto, ele estava decidido a tirar sua própria vida, Pedro morava no 11° andar e foi desse andar que ele se jogou tirando sua própria vida.
Na carta deixada por Pedro aos pais dizia assim:
“Querido pai e mãe, me desculpem pelo o que eu fiz, eu não sou o filho que vocês pensam que sou e nunca vou ser, vocês nunca vão me aceitaria pelo o que sou, eu estou apaixonado por outro homem, sei que para Deus isso não é correto, mas amar não é correto?
Não é de Deus já que é amor?
Por que eu não posso amar quem eu quero? Eu não pedi para ser assim, queria ser aceito do jeito que sou, todas as vezes que vocês faziam piadas com algum gay e reprendia como se fosse um monstro, isso me machuca por dentro, era como se me desse um murro e eu tinha que sentir a dor calado, mas eu não vou ser um mostro para nossa família, não matarei vocês de vergonha, me desculpem por isso, mas não posso viver assim, te amo pai, te amo mãe,
ADEUS!!!
Pedro.”
Manuel faleceu ás 18:35 daquele dia, esse foi o motivo dele não ter aparecido ao encontro, o seu estado se agravou e ele foi vencido pelo câncer.