** Quando Eu Tinha 16 ** // Cap. 4
- E então, o que eu preciso saber sobre você?
- Am, sobre mim... Eu não tenho nada de interessante pra contar...
- É mentira, sabe por quê? Eu te conheço há um dia e já tenho várias coisas interessantes sobre você. Como, por exemplo, você é diretora do jornal da escola, você é linda, responsável, inteligente, me parece solitária, você tem um irmão, porque vi ele no carro da sua mãe ontem... Tem muita coisa, por isso quero que fale, pra eu te conhecer melhor...
- Então tá né... Eu sou perfeccionista, toco piano, tenho um grupo de ajuda pra adolescentes depressivos aos sábados na garagem da minha avó, sou chocólatra, não tenho muitos amigos mesmo, como você reparou... Acho que posso considerar meu irmão como meu melhor amigo, apesar de ás vezes, ele me trocar pelo video game. Sim, não me julgue, mas eu escuto Justin Bieber quando minha adolescente criativa se liberta... Mas amo um rock clássico. Se quiser me dar presentes: perfumes ou livros. Costumo esconder meus sentimentos... Ah, acho que é só isso...
- Você é bem complexa, Mel...- cara, tá me achando difícil? Então, desiste a tempo! (pensei) - mas eu gosto de gente assim, que se revela aos pouquinhos. Gente que tem significado. Essas são as melhores pessoas - ele abriu um sorriso, aquele que só ele tinha, olhou pra mim, e continuou - Mel, olha pra trás!
- Me tira daqui agora!!
- Olha pra mim. Fica calma, tá? Confia em mim, nada de ruim vai acontecer aqui... Agora olha lá, que coisa linda - disse, apontando pro sol nascendo no horizonte.
E eu, ali estava, em cima de uma ponte, que eu nunca sonhei em atravessar. Eu tava ali, viajando naqueles raios de sol, ao lado de uma pessoa, que sem dúvidas, poderia ser meu grande amor...
- Agora, acho que a gente tem que ir. Temos aula daqui a pouco, e só um detalhe, você tá linda à luz do sol...
Esse garoto era perigoso. Ele sabia me desvendar facilmente. Na ponte, ele me acalmou com 10 palavras... Eu tinha medo de como eu ficaria quando ele fosse embora, como meu psicológico ficaria quando isso acontecesse. Porque, como sempre, tava bom demais pra ser verdade...