AMOR VERDADEIRO - CONTO
Amor verdadeiro - CONTO
Autor: Antonio Marcos Pires
Ao completar 82 anos, os filhos de dona Rosélia decidiram que era melhor levar a mãe para morar num asilo. A única filha contra, foi Alice. A mais nova dos quatro irmãos:
- Não, eu não posso aceitar que vocês tirem minha mãe da casa dela para jogá-la num asilo.
Januário, filho mais velho, homem de gênio forte, prepotente e que sempre fazia prevalecer a opinião dele, retrucou:
- Nada disso, Alice. Mamãe está doente, não pode mais morar sozinha e pensão dela não vai dar para ela pagar uma cuidadora. Melhor vender a casa, dividir o dinheiro entre nós quatro e deixa-la num asilo.
- Mas assim, isolada de nós, da família, longe da casa onde ela sempre morou, ela vai ficar mais doente ainda. Eu não aceito.
Os irmãos passaram a tarde de domingo discutindo o destino de Dona Rosélia. Alice ainda tentou fazer os irmãos desistirem. Disse que não era justo, depois de tudo o que ela fez por eles, jogá-la num asilo. Se hoje eles eram pessoas formadas, pessoas de bem, foi graças a ela, que sozinha, fazendo doces para fora e trabalhando em cima de uma máquina de costura, conseguiu educa-los e formá-los.
Nada porém, comovia o coração dos irmãos. Por fim, revoltada com a decisão, ela tomou coragem e disse:
- Ninguém vai vender a casa da minha mãe enquanto ela estiver viva. Eu fico com ela na minha casa. Vou levar mamãe para morar comigo.
O irmão Inácio deu uma sonora gargalhada:
- Como? Você trabalha fora, tem dois filhos para acabar de criar. Sua filha mais velha está de casamento marcado. Você não terá tempo para cuidar da nossa mãe.
Alice enfrentou os irmãos:
- Eu vou cuidar dela e sozinha; Vou leva-la ao médico e logo ela ficará boa das dores na coluna. Além disso ela precisa fazer operação de catarata e eu vou cuidar de tudo. Nem que para isso eu precise largar o emprego.
Diante da firmeza de Alice, os irmãos acabaram concordando com ela. Depois de conversar com o marido, uma semana depois, Alice pediu demissão do emprego, fechou a casa da mãe e a levou para morar com ela. Dona Rosélia ficou feliz:
- Que bom minha filha, não vou mais morar sozinha e nem vou mais para o asilo. Eu estava me sentindo muito solitária.
-Agora sua solidão passou, mamãe. A senhora vai morar comigo e vai dormir no quarto da sua neta preferida. Logo ela vai casar e o quarto ficará desocupado.
No início a adaptação foi um pouco difícil. Mas um mês depois, todos estavam felizes com a ida de D. Rosália para lá. Ela era uma senhora animada. Parecia ter remoçado uns dez anos. Na hora da janta contava piadas, ria com as netas, brincava com o genro. E melhor: estava começando a fazer o tratamento para a coluna e logo faria a operação de catarata no olho esquerdo.
Seis meses depois a doce velhinha parecia realmente outra pessoa. Havia remoçado. A operação de catarata havia sido um sucesso. As aplicações na coluna continuavam, mas ela havia melhorado e Alice era a mulher mais feliz do mundo por ter a mãe ao lado dela.
Durante à tarde as duas ficam horas na cozinha , tomando café com biscoitos e conversando sobre a vida. Os irmãos, quando foram visitar a mãe durante um almoço, sentiram a diferença. Januário teve que reconhecer:
-É Alice, você está de parabéns. Mamãe parece outra mulher.
-Não te disse? Nada como cuidado e amor para fazer alguém reviver novamente. Eu não largo minha mãe por nada. Ela me criou e devo a ela tudo o que sou.
Januário ficou constrangido. Sentiu vergonha de ter sido tão mesquinho ao querer deixar a mãe num asilo. Naquele momento, ele aprendeu uma lição. Antes de ir embora, se despediu da mãe com um beijo no rosto e disse:
- Mãe, desculpe se algum dia eu te decepcionei. Hoje sei o quanto é importante a senhora está ao lado da família.
Dona Rosália deu um sorriso e mexendo nos cabelos do filho, respondeu:
- Fica tranquilo, meu filho, um filho nunca decepciona uma mãe.
Januário foi embora com lágrimas nos olhos.
Dona Rosália viveu seus últimos anos de vida feliz ao lado da filha mais nova e das netas. Como tinha um dinheiro guardado, ajudou a filha a reformar o apartamento e fez questão de comprar todos os móvies de sala para a neta que iria casar.
Mesmo Alice não querendo, Dona Rosália fez questão de ajuda-la financeiramente. E para surpresa dela e dos outros irmãos, Dona Rosália era uma mulher prevenida e tinha muito dinheiro guardado. Dinheiro, que acabou sendo usufruído por Alice.
Dona Rosália , enquanto viveu foi eternamente agradecida a filha caçula e fazia questão de dizer a todos que se Deus permitiu que ela vivesse mais foi graças a Alice. A vizinhança , comovida com a história de mãe e filha, acabou fazendo uma festa na Vila e Alice ganhou uma faixa da MULHER DO ANO e o respeito de todos os vizinhos que não cansavam de dizer que Alice era um anjo em forma de mulher.
MORAL DA HISTÓRIA: Nunca deixe de demonstrar o seu amor enquanto a pessoa que ama vive ao seu lado. Quanto mais a gente doar amor, mais amor a gente receberá em troca.
Amor verdadeiro - CONTO
Autor: Antonio Marcos Pires
Ao completar 82 anos, os filhos de dona Rosélia decidiram que era melhor levar a mãe para morar num asilo. A única filha contra, foi Alice. A mais nova dos quatro irmãos:
- Não, eu não posso aceitar que vocês tirem minha mãe da casa dela para jogá-la num asilo.
Januário, filho mais velho, homem de gênio forte, prepotente e que sempre fazia prevalecer a opinião dele, retrucou:
- Nada disso, Alice. Mamãe está doente, não pode mais morar sozinha e pensão dela não vai dar para ela pagar uma cuidadora. Melhor vender a casa, dividir o dinheiro entre nós quatro e deixa-la num asilo.
- Mas assim, isolada de nós, da família, longe da casa onde ela sempre morou, ela vai ficar mais doente ainda. Eu não aceito.
Os irmãos passaram a tarde de domingo discutindo o destino de Dona Rosélia. Alice ainda tentou fazer os irmãos desistirem. Disse que não era justo, depois de tudo o que ela fez por eles, jogá-la num asilo. Se hoje eles eram pessoas formadas, pessoas de bem, foi graças a ela, que sozinha, fazendo doces para fora e trabalhando em cima de uma máquina de costura, conseguiu educa-los e formá-los.
Nada porém, comovia o coração dos irmãos. Por fim, revoltada com a decisão, ela tomou coragem e disse:
- Ninguém vai vender a casa da minha mãe enquanto ela estiver viva. Eu fico com ela na minha casa. Vou levar mamãe para morar comigo.
O irmão Inácio deu uma sonora gargalhada:
- Como? Você trabalha fora, tem dois filhos para acabar de criar. Sua filha mais velha está de casamento marcado. Você não terá tempo para cuidar da nossa mãe.
Alice enfrentou os irmãos:
- Eu vou cuidar dela e sozinha; Vou leva-la ao médico e logo ela ficará boa das dores na coluna. Além disso ela precisa fazer operação de catarata e eu vou cuidar de tudo. Nem que para isso eu precise largar o emprego.
Diante da firmeza de Alice, os irmãos acabaram concordando com ela. Depois de conversar com o marido, uma semana depois, Alice pediu demissão do emprego, fechou a casa da mãe e a levou para morar com ela. Dona Rosélia ficou feliz:
- Que bom minha filha, não vou mais morar sozinha e nem vou mais para o asilo. Eu estava me sentindo muito solitária.
-Agora sua solidão passou, mamãe. A senhora vai morar comigo e vai dormir no quarto da sua neta preferida. Logo ela vai casar e o quarto ficará desocupado.
No início a adaptação foi um pouco difícil. Mas um mês depois, todos estavam felizes com a ida de D. Rosália para lá. Ela era uma senhora animada. Parecia ter remoçado uns dez anos. Na hora da janta contava piadas, ria com as netas, brincava com o genro. E melhor: estava começando a fazer o tratamento para a coluna e logo faria a operação de catarata no olho esquerdo.
Seis meses depois a doce velhinha parecia realmente outra pessoa. Havia remoçado. A operação de catarata havia sido um sucesso. As aplicações na coluna continuavam, mas ela havia melhorado e Alice era a mulher mais feliz do mundo por ter a mãe ao lado dela.
Durante à tarde as duas ficam horas na cozinha , tomando café com biscoitos e conversando sobre a vida. Os irmãos, quando foram visitar a mãe durante um almoço, sentiram a diferença. Januário teve que reconhecer:
-É Alice, você está de parabéns. Mamãe parece outra mulher.
-Não te disse? Nada como cuidado e amor para fazer alguém reviver novamente. Eu não largo minha mãe por nada. Ela me criou e devo a ela tudo o que sou.
Januário ficou constrangido. Sentiu vergonha de ter sido tão mesquinho ao querer deixar a mãe num asilo. Naquele momento, ele aprendeu uma lição. Antes de ir embora, se despediu da mãe com um beijo no rosto e disse:
- Mãe, desculpe se algum dia eu te decepcionei. Hoje sei o quanto é importante a senhora está ao lado da família.
Dona Rosália deu um sorriso e mexendo nos cabelos do filho, respondeu:
- Fica tranquilo, meu filho, um filho nunca decepciona uma mãe.
Januário foi embora com lágrimas nos olhos.
Dona Rosália viveu seus últimos anos de vida feliz ao lado da filha mais nova e das netas. Como tinha um dinheiro guardado, ajudou a filha a reformar o apartamento e fez questão de comprar todos os móvies de sala para a neta que iria casar.
Mesmo Alice não querendo, Dona Rosália fez questão de ajuda-la financeiramente. E para surpresa dela e dos outros irmãos, Dona Rosália era uma mulher prevenida e tinha muito dinheiro guardado. Dinheiro, que acabou sendo usufruído por Alice.
Dona Rosália , enquanto viveu foi eternamente agradecida a filha caçula e fazia questão de dizer a todos que se Deus permitiu que ela vivesse mais foi graças a Alice. A vizinhança , comovida com a história de mãe e filha, acabou fazendo uma festa na Vila e Alice ganhou uma faixa da MULHER DO ANO e o respeito de todos os vizinhos que não cansavam de dizer que Alice era um anjo em forma de mulher.
MORAL DA HISTÓRIA: Nunca deixe de demonstrar o seu amor enquanto a pessoa que ama vive ao seu lado. Quanto mais a gente doar amor, mais amor a gente receberá em troca.