Meus braços sentem saudades de você.
Quando te encontrei, me dei conta de que ainda não tinha vivido um grande e verdadeiro amor. Um ser especial que me balançaria por dentro e por fora e que me faria ver o quanto posso amar e ser amada.
Meus braços se abriram para te receber junto ao meu corpo. E num abraço quente e aconchegante você foi fazendo parte da minha vida, me preenchendo, me ocupando, me dando motivos para querer seus braços cada vez mais.
Vivemos momentos incríveis, onde pude doar o meu mais puro amor. De graça. Incondicional. Sem pedir nada em troca. Além do seu olhar dentro dos meus olhos. Apenas me olhando. Não me lendo. Apenas me olhando. Dos seus braços em torno dos meus braços.
E assim vivemos os melhores anos da minha vida. Tive com quem compartilhar minhas dores, minhas alegrias, meus medos, meus sonhos e minhas angústias.
Reduzi a minha solidão aos breves momentos em que esperava você chegar. Exausto. Suado. Lindo. Simplesmente lindo.
E bastava mais uma vez te olhar e me ver nos seus olhos que a espera se tornava um nada, deixava de existir e se perdia no fundo dos nossos olhos, no emaranhado dos nossos braços.
Estar com você me tornava mais mulher, mais sexy, mais segura. Linda. Simplesmente linda.
Assim eram nossos dias, nossas noites, nosso tempo.
Aliás, tempo?
Não havia tempo para mim que pensei ter esperado por você anos a fio, mas que no momento do encontro foram reduzidos a segundos, milésimos de segundos até.
Estar com você era tudo para mim.
Mas como se meus desejos não bastassem, uma nuvem densa se formou no horizonte feito redemoinho em pleno deserto. Seguiu-se de uma chuva fina e fria.
Um vento forte soprando como se quisesse me arrancar daquele lugar e daquele momento.
Não tive forças suficientes para resistir à fúria da natureza. Era mais forte que eu e que nós. Sucumbi-me à nuvem, à chuva e ao vento. E eu fui. E você se foi.
E hoje, do meu corpo carente, são os meus braços que mais sentem sua falta. Sentem saudades de você.