Cupido

Sua mãe tinha parado o carro em frente ao portão da frente da escola, mas Bruna não tinha a mínima vontade de sair do carro, queria sua cama novamente, se enrolar nas cobertas e aproveitar o tempo frio para dormir, mas como sempre tudo acabava ocorrendo de forma diferente e ali estava ela sendo obrigada a encarar mais um dia na escola.

Botou a mochila sobre um dos ombros e entrou na escola, passou pela cantina deu um rápido aceno de cabeça para o Marcelo quando ele disse bom dia, e foi direto para a sala no segundo andar, quando chegou na sala apenas algumas pessoas tinham chegado, a Natalia, o Guilherme e o Rijo conversavam em um canto na sala, assim que eles viram ela se aproximando ambos os meninos sorriram de forma amistosa e foram cumprimentá-la.

— Bom dia coxinha — Falaram os meninos assim que passaram por ela, diabo esses moleques não param com isso, Rijo havia lhe explicado o porque do apelido, mas mesmo assim toda vez que o ouvia sentia um misto de alegria e raiva, que coisa pensava ela.

Depois de alguns minutos sua melhor amiga apareceu, Juliana ela era uma menina pequena com cabelos castanhos que caiam na altura do pescoço, tinha peito para dar e vender e ainda sobraria, usava óculos que lhe dava um ar de intelectual, que diga-se de passagem era ilusório, (nossa Bruna acho bom limpar um pouco do veneno que pingava), mesmo assim adorava aquela menina.

— Oi sua vaca — Falou se aproximando dela e sorrindo, Ju como era conhecida, sorriu, um sorriso largo e devolveu o comprimento, ela estava com um celular na mão falando com seu “amor”, Bruna se dirigiu para a porta da sala e ficou lá parada observando o corredor, e viu que o grupo de doidos já parecia estar se reunindo, Rijo, Guilherme, André, Sidney e Clemente formavam uma roda que ocupava quase todo o corredor eles gesticulavam muito e falavam em voz alta, gritando e xingando uns aos outros.

Toda vez que ela os via, pensava o mesmo que eles deveriam ter algum problema muito sério não via outra explicação, mas ainda gostava muito deles afinal todos eles eram engraçados e pessoas agradáveis.

Continuava parada encostada na parede observando as coisas quando ele chegou, mesmo sem querer seu coração fez um pequeno número de sapateado como acontecia toda vez que o via, sério ela achava aquilo muito irritante, ele se aproximou cumprimentou os amigos de uma forma bizarra como sempre acontecia e veio para a sala, ao passar por ela ele deu um pequeno sorriso e ela respondeu com um sorriso nervoso.

Bruna não queria ficar assim, mas toda vez que via o Davi ficava assim, ele era um menino de estatura mediana, tinha cabelos encaracolados que formavam pequenas bolinhas, a pele branca, olhos castanhos, os quais ela gostava de observar, ele tinha um jeito tímido que ela adorava.

Pensou em ir lá para dizer alguma coisa, mas antes que pudesse pensar em algo viu a professora se aproximando, era segunda o que significava que a primeira aula seria de Biologia, ela foi devagar para o seu lugar e de novo ao passar perto daqueles loucos eles a chamaram de um coxinha um coro que tinha sido acrescido por mais vozes, ela olhou de relance para o Davi e viu que ele cobria o rosto de vergonha e parecia um pouco vermelho.

Aquilo lhe pareceu um bom sinal de acordo com o seu cupido (preto) ele tinha largado a picanha no dia anterior, mas era muito frouxo para fazer algo a mais por enquanto e ela não estava nem um pouco disposta a ir falar com ele principalmente porque não conseguiria o jeito era esperar que ele criasse coragem para fazer alguma coisa.

Sentou na sua cadeira, e tentou prestar atenção na aula, nesse dia a Brenda tinha faltado então ela resolveu pular para a cadeira da frente assim poderia conversa com o Rijo sobre as coisas, e feito isso tentou assistir a aula. Mas logo se arrependeu um pouco de ter mudado, aqueles meninos simplesmente não paravam quietos o Rijo ora parava para falar com o Guilherme ora com o Shaolin, ou então ele e o pooh (aquele ursinho rosado) aprontavam alguma coisa jogando bolinhas de papel no lixo ou nos outros, ou o que ela achava pior eles começavam a cantar músicas do nada, era praticamente impossível se concentrar em algo com eles por perto.

Com certeza eles a deixariam louca, mas o pior no fim nem eram os meninos e sim a Amanda, ele era com certeza uma peça rara, baixinha com um cabelo castanho louro, olhos de um castanho mais claro e dona de um sorriso travesso, todo o quadro dava em um menina muito bonita, mas era impressionante o tanto que ela podia ser atentada, ela fazia comentários extremamente fora de hora, e em bom tom o que permitia que todos ao redor escutassem também.

Mas Bruna não sabia que o pior ainda estava por vir, o dia continuou se arrastando de forma cansativa, até que na aula de geometria a Amanda veio para perto de Bruna ( sempre aquele pigmeu).

— Bruna, posso te perguntar uma coisa, porque você não da os pega no Davi?— Nossa nesse momento seu rosto parecia estar em chamas, ela viu que os meninos tinham parado a conversa só para ouvir o que ela ia responder.

Mas ela não tinha uma resposta então apenas balançou a cabeça de forma negativa, mas parecia que aquilo ainda não era o bastante para a Amanda que se virou para o Rijo — Já sei então o que a gente vai fazer vamos trancar eles dois na sala na hora do almoço e só deixa eles saírem depois que derem pelo menos um beijinho — A ideia pareceu divertir os meninos que sorriram concordando. Ai meu deus o que eu vou fazer? Não adianta nem tentar argumentar esses loucos vão levar as coisas adiante então o jeito é ver no que vai dar.

Calada em seu canto apenas observando aquela zueira toda, Bruna abaixava a cabeça toda vez que alguns dos meninos faziam alguma piada, para que eles não vissem seu rosto corar, mas parecia que o maldito do Rijo sempre conseguia ver e ria o que a deixava ainda mais constrangida.

O dia se passou num misto de ansiedade e brincadeiras e enfim as aulas da manhã acabaram e ela se juntou a sua amiga vaca para ir almoçar, tinham decidido por almoçar na fajesu mesmo, então desceram rápido para não pegar uma fila muito grande, colocou o de sempre no prato, e foi para uma mesa dupla almoçar com a Ju. Conseguia ver ao longe varias mesas juntas e uma grande tumulto entre as pessoas que comiam, risadas altas, trechos de músicas, e piadas de todo tipo, os meninos também estavam almoçando ali na escola o que significava que eles pretendiam levar adiante a ideia de jogar ela e o Davi na sala.

Ela fez uma pequena oração porque com eles nunca se sabe o que poderia acontecer, e continuou seu almoço, mas seu estomago agora parecia ter diminuído pois já não conseguia comer direito, ótimo ela pensou que maravilha.

Depois de comer ela e Juliana foram ao banheiro, e depois voltaram para a cantina onde compraram um trident, Bruna não estava nem um pouco ansiosa para voltar para o segundo andar, mas o fez, o nervosismo tornava os passos lentos e desajeitados, assim que se aproximou da sala ela viu que tinha um grupo de pessoas parada do lado de fora sorrindo para ela, (meu deus, eu mereço).

Amadinha apareceu e a levou para sala e logo em seguida os meninos praticamente jogaram o Davi na sala, demorou um pouco para perceber que a sala estava vazia exceto por eles dois.

— Então... — Ele estava distante dela, e seu rosto estava um pouco vermelho, ele estava ainda mais nervoso que ela, isso concluiu apenas o deixava mais fofo.

— Eu tenho um jogo de xadrez na mochila o que você acha de jogar? — Ao ouvir isso Bruna teve que se controlar para não rir muito, deuses como ele conseguia deixá-la feliz com esse jeito dele.

Olhou para a porta e viu um bocado de pessoas espiando pelo vidro, ai que coisa esses tarados não tem o que fazer. Devagar Bruna foi se aproximando dele e ao mesmo tempo levando-o para o meio da parede para que ninguém ficasse espionando.

Agora estavam frente a frente, ela conseguia sentir sua respiração, seu hálito quente tudo isso apenas aumentava sua vontade de agarrar ele ali mesmo, e ao olhar nos olhos dele viu que o sentimento era mútuo, mas ele parecia não ter coragem para fazer nada.

Ela fechou os olhos respirou fundo, então abriu de novo e foi, não pensou em nada, não se importou com nada apenas fez, o beijo foi rápido suave, mas seu coração fez o maior número de sapateado até o momento, ela queria mais, por isso sem esperar o beijou de novo, dessa vez ele foi mais lento ela aproveitando cada momento passando a mão por seus cabelos enquanto ele pressionava o corpo dela de encontro ao dele.

Quando terminaram ele estava com um sorriso bobo no rosto, e deuses como estava bonito Bruna pensou, então ela se afastou de novo, e justamente nesse momento o pessoal impaciente resolveu entrar na sala todos fazendo piadas com isso, mas ela nem se importou tinha ganhado seu dia, e um sorriso estampava seu rosto de forma que não conseguia ficar séria, olhou de novo para aquele nerd estranho que tinha lhe conquistado e sorriu, depois olhou para os cupidos que haviam criado o momento e sorriu novamente afinal seus amigos loucos haviam lhe proporcionado um momento e maravilhoso e algo lhe dizia que esse era apenas o primeiro de muitos.

Rijo
Enviado por Rijo em 05/12/2014
Código do texto: T5059898
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