O LENÇO VERMELHO

O lenço vermelho propositalmente se solta da minha mão e lentamente cai ao chão. Como se trata de um lenço mágico, sei que é a hora certa de fazer o pedido.

- Quem pegá-lo há de apaixonar por mim!.

Enquanto mentalizo meu pedido, uma mão envolve meu ombro e, uma voz suave me diz: A senhorita deixou cair.

Quando me viro e fito seus olhos, vejo a imagem de um belo rapaz, trajado de um terno preto que combina com a cor quente e vermelha do meu lenço.

-Obrigada. - Digo eu. Ciente de que é ele!

- Esta tarde para uma moça delicada como a senhorita estar na rua. - Ele me diz, preocupado.

- Não se preocupe. Estou acostumada a andar sozinha.

- Estava. Pois a partir de hoje não estará mais!

- Permita-me. - Ele me diz ao me estender o braço, como um perfeito cavalheiro.

- Com muito prazer! - Respondo-lhe satisfeita, entrelaçando meu braço no dele.

Antes de partirmos, me dei conta de que o lenço havia sumido. Tentei em vão procurá-lo, passando os olhos ao redor da praça onde estávamos. Como não o encontrei, prosegui de braços dados com o homem da minha vida. A única lembrança deixada pelo lenço. O que posso dizer: "Não preciso de mais nada, se tenho o amor de quem eu amo!"