UM ENCONTRO CASUAL.

Seus olhos demonstravam tudo. Havia uma alegria em seu olhar quando eles se encontravam. E Alberto se sentia feliz. Foi como num caso como um conto de fadas.Um dia,uma festa,uns amigos,uns momentos,uns olhares.Nada mais que um olhar.Tudo estava dito num simples olhar. Ela tinha um sorriso sempre pronto e uma carícia sempre presente em cada momento ,em cada instante. Alberto a conhecera,certa feita,em casa de amigos. Aquele sorriso o hipnotizou. Quem era ela? Alberto se tornou um detetive. Aquele sorriso tinha uma morada. E Alberto foi em busca de um sonho. Lá estava a casa. Um sobrado no meio de prédios altos em plena avenida de grandes movimentos.Um sobrado simples.À frente,um lugar para o carro. Um pequeno jardim junto à entrada lateral. Era a casa de sua irmã e cunhado e seus dois sobrinhos.A irmã e o cunhado eram funcionários públicos e tinham uma vida estável. Ela fazia parte dessa tranquilidade. E tinha sempre um sorriso e uma edícula nos fundos da casa para sua liberdade.Havia um clima de amor entre eles. Seus sobrinhos cursavam universidades e sua irmã era um pouco da mãe que ela perdera ainda criança. Havia sempre a alegria entre eles. E Alberto participava,esporadicamente,dessa alegria. E como!!! Alberto era um Cometa,ou seja, um vendedor viajante.Ora aqui,ora ali. E quando chegava aquela cidade sempre telefonava na esperança de encontrá-la.

Aquela casa no meio da avenida era marcante.Um sobrado cheio de carinho. E quantas noites de amor eles percorreram.Ela não tinha medo da Vida . Tinha medo da solidão. E o sorriso de Alberto a transformava em sorrisos dilacerantes. Eram sorrisos puros. Alberto nunca perguntou sobre sua vida. Era bem recebido na casa da irmã e cunhado.Seus sobrinhos apenas sorriam para o estranho. E ela se encontrava nos desencontros casuais,se encontrava nos momentos de Amor. A Vida é assim. A Vida é feita de Amor e Ódio. E ela sabia disso.E sempre o recebia com amor. Até o dia em eles se foram para algum lugar longe do inesperado,longe de lembranças,longe do comunicar-se. E Alberto guarda na lembrança a imagem e o corpo doce de uma paisagem sensual. Eram montes e contornos que se conjuminavam num belo espetáculo da natureza. E Alberto sentiu sua falta. Até chorou. E a Vida continuou...

Chico Chicão
Enviado por Chico Chicão em 01/12/2014
Reeditado em 01/12/2014
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